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Reurbanização na Baixada.

Arquitetos, engenheiros, fotógrafos, artistas plásticos e outros interessados terão a oportunidade de participar com sugestões e projetos para a reurbanização da avenida Jerônimo Gonçalves. Os organizadores fizeram na tarde de quarta-feira a primeira reunião para dar início ao trabalho, que terá duração de um ano. A intenção é entregar os projetos em junho do ano que vem, quando a cidade comemora 150 anos.
Segundo Onésimo de Carvalho Lima, presidente do núcleo de Ribeirão Preto do IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil), um dos parceiros do trabalho, a pretensão é que sejam formados de cinco a seis grupos de trabalhos para a discussão de idéias e projetos voltados para o local, um dos primeiros da cidade a receber urbanização.
A avenida foi a escolhida justamente por ter sido o local onde a cidade primeiro se desenvolveu, com a estrada de ferro e suas pontes, ligando o que na época poderia ser considerado duas cidades, a Vila Tibério e o Centro da cidade. Estava ali, às margens do ribeirão Preto a demonstração de pujança econômica da cidade. O projeto se propõe a trabalhar não apenas a reurbanização do local, mas resgatar a história do local ao longo destes 150 anos.
Local de enchentes que mereceram e merecem muitas discussões, a Jerônimo Gonçalves tem também muita beleza emprestada por suas palmeiras imperiais e suas largas calçadas em alguns pontos. O projeto “Ribeirão Preto 149 / 150 anos” leva em consideração o valor histórico da avenida. “A memória, elemento fundamental na formação da identidade cultural individual e coletiva deve ser valorizada e preservada; no contexto de uma sociedade, esta preservação não significa seu atrelamento ao passado e um impeditivo ao seu desenvolvimento, mas sim a conservação de seus pilares constituintes a fim de não perder conhecimentos e identidades”, registra o documento de apresentação do projeto.
“À medida em que os avanços da tecnologia se instauram e com eles novos paradigmas, valores e linguagens, é quase que inevitável uma ruptura com o passado. Com isto o homem perde seus parâmetros culturais, esquece suas tradições e rompe com suas raízes, ficando alienado da realidade”, prossegue a justificativa.
“O projeto ora proposto pretende ser o start para futuras discussões sobre o resgate da memória patrimonial e cultural de nossa cidade, assim como seus baluartes e precursores, mostrando à população atual que a história é composta de acontecimentos e personagens que não podem ser esquecidos, sob pena da perda de identidade”.
Sobre os 150 anos de vida da cidade, o documento aponta: “talvez este seja este o momento de refletir sobre nossa história, sobre o que se tem feito para protegê-la, e aos nossos bens patrimoniais.
Objetivos
Os parceiros no projeto estabeleceram alguns objetivos a serem perseguidos com o trabalho. São eles:
• homenagear a cidade e seus habitantes com uma programação diversificada, que atenda a vários setores da comunidade;
• refletir sobre a nossa realidade
• estabelecer um paralelo sobre o passado e o presente, através de depoimentos de moradores, historiadores e pesquisadores
• propor ações que tenham em seu conteúdo, o caráter educacional e de mudanças sócio-comportamentais;
O trabalho tem como parceiros o Centro de Convenções Ribeirão Preto, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP (Universidade de São Paulo), o IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) - Núcleo Ribeirão Preto, Marp (Museu de Arte de Ribeirão Preto), MIS (Museu da Imagem e do Som de Ribeirão Preto), Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, Secretaria Municipal da Cultura e Sesc (Serviço Social do Comércio) Ribeirão Preto.

Programação

Dia 03/06
Avenida Jerônimo Gonçalves/Intervenções Urbanas – Apresentação dos objetivos do workshop e da problemática do objeto de intervenção/IAB - Instituto de Arquitetos do Brasil, Núcleo Ribeirão Preto.
Local: Auditório do SESC Ribeirão Preto, às 18h30. Rua Tibiriçá, 50, Ribeirão Preto-SP. Informações no IAB (16) 620- 0571.
Dia 15/06
Sala de Exposições - instalação Jerônimo com a General / Arquitetos Adriano Canas, Onésimo Carvalho e Rita Fantini. Exposição do workshop Avenida Jerônimo Gonçalves / Intervenções Urbanas.
No SESC Ribeirão Preto, coquetel de abertura às 21h. Rua Tibiriçá, 50, Ribeirão Preto-SP. Visitação de terça a sexta-feira, das 13h às 18h e das 19h às 21h30; sábados, domingos e feriados, das 9h às 12h horas e das 13h às 17h30. Permanência até 30/06/05. Informações no SESC Ribeirão Preto (16) 3977-4477.
Dia 18/06
Avenida Jerônimo Gonçalves/Intervenções Urbanas – Apresentação das propostas de Intervenção/IAB - Instituto de Arquitetos do Brasil, Núcleo Ribeirão Preto.
Módulo I, às 9h30
Módulo II, às 14h
Conferência de encerramento “Leitura da Cidade Contemporânea”, com o arquiteto Milton Esteves Júnior, às 16h
Mediação Onésimo Carvalho. Auditório do SESC Ribeirão Preto. Evento gratuito, aberto a interessados. Informações SESC Ribeirão Preto (16) 3977-4477 e IAB 620-0571

UFSCar indica normas e procedimentos para melhorar construções

O fenômeno de retração em alvenarias de blocos de concreto é um problema enfrentado freqüentemente na construção civil, podendo causar fissuras nas paredes quando não devidamente compreendido. “A retração sempre existe em blocos de concreto. É preciso controlar esse processo na fabricação do produto”, explica o professor do Laboratório de Sistemas Estruturais do DECiv (Departamento de Engenharia Civil) da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), Guilherme Aris Parsekian. Assim sendo, um projeto de pesquisa orientado por ele, realizado em parceria com a ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), com apoio da Fapesp e Capes, cujo nome é “Avaliação Experimental do Fenômeno de Retração em Alvenaria de Blocos de Concreto”, avaliou, junto a pequenos e grandes fabricantes de blocos, cuidados a serem tomados na produção dos blocos e na obra que poderiam resultar em uma melhor qualidade do produto final.
O pesquisador afirma que foram avaliados, através de ensaios, procedimentos de cura e estocagem dos blocos após sua fabricação que podem afetar a retração levando a um maior ou menor potencial de aparecimento de fissuras. O produto final das empresas de maior porte com cuidadoso processo de fabricação, segundo ele, apresenta um melhor resultado. “Em empresas de pequeno porte, quando a cura não é bem feita por exemplo, deve-se estocar os blocos em um período de tempo maior para evitar que o processo de retração ocorra quando o bloco já está na construção”, afirma.
As análises revelaram, entre outras adequações das normas existentes, que um período bom para a secagem dos blocos de forma a reduzir a retração quando na parede, é de 21 dias, quando a cura não é adequada, ou seja, sem o uso de câmaras a vapor. “No entanto, é comum esse período ser reduzido para menos de uma semana nas construções, sendo essa a causa de muitas fissuras”. As alterações sugeridas pelo projeto de pesquisa foram encaminhadas para os comitês de normas nacionais de construção civil, e tem o objetivo principal o aprimoramento da qualidade dos blocos e das técnicas construtivas.
Lajes
O Laboratório de Sistemas Estruturais do DECiv também está desenvolvendo um projeto de pesquisa, coordenado pelo professor Roberto Chust Carvalho, que visa determinar quanto uma laje pré-moldada deforma (quanto a laje “sela” no jargão de obra) ao longo do tempo. Para tanto, foram construídas lajes com determinadas características em laboratório, submetidas a um peso estável por um longo período, sendo monitorado o quanto à deformação vai aumentando ao longo dos anos. Segundo Parsekian, todas essas pesquisas buscam um melhor entendimento de produtos e elementos construtivos, e através desse entendimento melhorar a qualidade das obras.
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