É difícil encontrar quem goste de reforma em casa. Sujeira, vai-e-vem de pedreiros, tudo fora de lugar. Além desses, normalmente quem decide tocar uma obra por conta própria pode ter muitos outros problemas. Pensando nisso o casal Marli e Antonio Vidotti, arquiteta e engenheiro respectivamente, decidiram dedicar boa parte do tempo do trabalho a prestar assessoria para obras residenciais. Marli conta que são mais procurados para reformas de imóveis inteiros, e não somente de cômodos separados, “e muitas vezes é nessa hora que problemas acontecem”.
O casal costuma dar suporte total, do começo ao fim da obra. Marli desenha e faz os projetos, enquanto seu marido acompanha todos os processos da obra. “Inclusive assessoro toda a parte de normatização, que muitas vezes as pessoas esquecem que existe”, explica Vidotti.
Os clientes normalmente tomam conhecimento do trabalho do casal através de indicação de amigos. Para os profissionais isso é muito importante. “Nesses casos o cliente pode ter uma noção de como o trabalho vai ficar. Ele usa a experiência de quem indicou o trabalho como histórico”, conta Marli.
Mas, é preciso estar atento e definir em contrato o tipo de serviço que os contratados deverão prestar. Há profissionais que apenas projetam, outros que apenas decoram. A falta de comunicação clara, mesmo com um profissional, pode trazer inconvenientes ao invés de evitá-los.
MATERIAL
Maior volume de compra reduz preço
Uma das maiores vantagens de se contratar um profissional em obras residenciais são os contatos que eles têm com fornecedores de materiais. A proximidade entre comprador e fornecedor diminui o preço.
O engenheiro Vidotti conta que em cimento, por exemplo, consegue desconto de 27% com o fabricante. A cotação do valor dos materiais é muito importante. “Fazemos cotações e cultivamos bom relacionamento com os fornecedores”, explica Vidotti.
O consumidor residencial, quando decide fazer uma obra por conta muitas vezes não tem parâmetros de comparação de preço. “Mas ninguém tem obrigação de saber tudo, ainda mais quando o conhecimento não faz parte do cotidiano das pessoas”, diz Marli ressaltando a importância da projeção financeira viabilizada antes do início da obra.
As novidades em material são outro ponto forte quando há ajuda de arquitetos. “Estamos sempre por dentro dos lançamentos em material”, conta Marli. Os profissionais sabem também exatamente qual material utilizar e, em caso de falta, quais podem substituir.
Mão-de-obra
Quem já tentou conduzir uma obra em casa por conta própria deve conhecer a dificuldade em encontrar mão-de-obra adequada. Muitas vezes o culpado nem é o trabalhador, e sim o dono da casa, que não sabe como passar as instruções do projeto corretamente.
“Como trabalhamos com isso acabamos lapidando a mão-de-obra”, explica a arquiteta que diz ter uma grande lista de mestres de obra confiáveis.
O contratante deve também se preocupar com encargos trabalhistas. Normalmente não se faz contrato com o pedreiro, o que priva o contratante de reclamações, caso a obra não saia como planejada. Dá margem até ao desaparecimento do trabalhador no meio da obra, o que, segundo os profissionais, é mais comum acontecer do que se imagina.
PACOTE
Reforma na área de lazer
Claret Wagner Ziviani decidiu contratar profissionais para sua reforma pela comodidade. Ele conta que não queria ter de sair em busca de materiais e mão-de-obra. “Eu queria pacote completo”, conta. Sua reforma consiste na ampliação da área aberta dos fundos da casa, incluindo uma piscina. A obra está na fase final e o proprietário se diz satisfeito com o serviço. “Principalmente porque não tive preocupações, mas pude optar por materiais diferentes”, explica Ziviani.
Preço
Vidotti ressalta que o gasto com profissionais não assusta os clientes. Para ele a relação custo x benefício é compensadora.
“O cliente acaba contratando muitos profissionais pelo preço de um só”, diz referindo-se a orientação em arquitetura, engenharia, mão-de-obra e de cotação de preços de material. Pode não ser caro, mas Claret Wagner diz que sua obra se tornou maior que o planejado.
Isso porque, ao longo da reforma, o próprio cliente teve mais idéias. “Aproveitei que estava mexendo e já mandei reformar toda a área”, afirma.
Jornal A Cidade - 27/11/05