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A “natureza” no interior de casa.

O bambu e o eucalipto fazem parte de uma arquitetura acima de tudo, conceitual. Esses materiais, além de aliar beleza e qualidade, estão ligados ao conceito de arquitetura ecologicamente correta. O bambu é um material natural e renovável. O eucalipto tem um rápido ciclo de crescimento. Segundo o arquiteto Marcus Cotrim, o uso do bambu em construções se originou na cultura popular. Foi ganhando status e glamour por conta do conceito de preservação da natureza. No Brasil, esses dois materiais estão presentes, principalmente, nas regiões litorâneas e vêm sendo utilizados há pouco mais de dez anos. “Há cerca de cinco anos ele vem ganhando mais espaço na arquitetura e na decoração, devido à questão da sustentabilidade”, avalia o arquiteto.
Para Cotrim a consciência ambiental é uma das características das pessoas que têm esses materiais em casa. “É o glamour conquistado pelo conceito”.

Hiato

Na arquitetura japonesa, o bambu está presente nas decorações que assinalam felicidade. Apesar de no Brasil nem o bambu, nem o eucalipto estarem ligados à simbologia, para Cotrim eles funcionam como um hiato na vida urbana. “Chegar a um espaço com uso destes materiais promove uma quebra na rotina da vida na cidade. Remete a pessoa ao convívio com a natureza”, comenta. Este foi um dos motivos que levou a assistente social Sueli Aparecida de Aguiar a usá-los no projeto da sua residência. “Queria uma casa descontraída, com clima de praia, de fazenda só que dentro da cidade”, conta Sueli. Para ela o projeto ficou bonito e agradável. “Lembra uma pousada. Quando chego em casa, me desligo da correria do dia-a-dia. Me sinto relaxada”, avalia Sueli. Ligada aos conceitos ambientais, ela também acha importante dar a sua parcela de colaboração na preservação dos recursos naturais. O bambu e o eucalipto proporcionam um toque rústico e ao mesmo tempo moderno aos ambientes. Segundo o arquiteto podem ser mesclados com outros materiais. Na decoração devem ser usadas como peça única, de destaque.

Paixão

O artesão José Eduardo Sales de Souza se apaixonou pelo bambu há oito anos. Engenheiro elétrico, ele trabalhou em várias indústrias e também foi comerciante. A paixão surgiu em 1998 quando viu uma matéria sobre o material numa revista de arquitetura. O interesse foi imediato. “Me senti atraído pelo material e pelo vasto uso dele na arquitetura e na decoração”, relembra. Resolveu pesquisar sobre o bambu. Pesquisou em livros, revistas, na Internet e também avaliou como era o mercado no Brasil e em Ribeirão Preto. “Na época havia uma deficiência no mercado de Ribeirão. Ninguém trabalhava de maneira artesanal com este material”, De lá pra cá não parou mais. “Existem cerca de mil espécies de bambu. O Brasil é rico em muitas delas”.


USO
De vigas, coberturas a detalhes

Segundo o arquiteto Marcus Cotrim, de Ribeirão Preto, o bambu e o eucalipto têm um vasto uso na arquitetura e na decoração.
Eles são usados na estrutura de prédios, (vigas, pilares e coberturas), em revestimentos e detalhes, em movelaria e em peças decorativas.
Na Colômbia, por exemplo, ele é usado na parte estrutural de edifícios mais baixos.

Durabilidade

Para garantir a longevidade e durabilidade destes materiais é necessário um tratamento especial.
A hora da colheita e o corte dessas plantas também determinam a qualidade. Por isso, todo cuidado é pouco na hora de adquirir esses implementos da decoração e da arquitetura.

Dicas

O artesão José Eduardo Sales de Souza, engenheiro elétrico de formação e há oito anos apaixonado pelo bambu, tem boas dicas.
Segundo ele, as diversas formas de queima do bambu, por exemplo, fazem as fibras abrirem e expulsarem o amido para a superfície.
Assim ele é retirado com querosene ou óleo, evitando o caruncho.
O tratamento adequado e a manutenção também ajudam a prevenir o aparecimento de fungos.
Os bambus gigantes têm certa restrição quanto ao uso em locais expostos à chuva.


Jornal A Cidade -12/06/2006

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