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Com muito cuidado

Atenção em cada passo Compra de imóveis por leilões pode ser bastante vantajosa, mas também pode trazer muitos problemas.


Comprar imóveis em leilões pode significar economia de dinheiro, mas também pode trazer muita dor de cabeça. Realizados por bancos e leiloeiros oficiais, os leilões chegam a ofertar imóveis com valor até 40% abaixo do mercado. O crescimento de crédito fez com que muita gente se endividasse. Em certos contratos, o inadimplente deve deixar a casa após apenas três meses sem pagar a parcela. Atualmente a Caixa Econômica Federal, por exemplo, possui cerca de 2 mil imóveis que serão vendidos por leilão.


A principal dica do advogado Sérgio Oliveira Dias é verificar a ocupação da residência, escritório ou terreno ofertado. “Caso esteja ocupado, o juiz pode expedir uma ordem de saída, isso demora cerca de cinco meses. Se a pessoa tiver que entrar com processo de posse, aí complica”, disse. Segundo Dias, com a abertura do processo o novo dono do imóvel pode demorar mais de anos até a saída do antigo. “Isso sem contar os gastos com advogados e assessoria”, disse.


O diretor comercial da imobiliária Piramid, Antonio Carlos Peixoto, aconselha um detalhado estudo dos editais publicados antes dos leilões. “No documento estão descritos as condições de pagamento, estado de conservação, preço mínimo e a comissão do leiloeiro, que pode chegar a 6%”, afirmou. Pesquisar se o preço do imóvel ofertado realmente valerá a pena também é importante. “Alguns estão realmente abaixo do mercado, mas muitos não compensam. Então é bom consultar imóveis que estão à venda, que pode ser mais prático”, contou Peixoto.


É importante puxar o histórico do imóvel e descobrir se existem dívidas. “O banco pode comprar a casa no valor do débito, e aí fica quitado. Há também a possibilidade de negociar com o juiz e pagar um valor menor devido a gastos futuros com dividas antigas”, explicou o advogado Dias.


A regulamentação de um imóvel comprado em leilão precisa ser feita imediatamente. “É importante correr no cartório e deixar registrado que a casa mudou de dono. Isso evita dores de cabeça e que o barato saia caro”, alertou Peixoto.


Interessado deve fazer visita


Ao verificar nos editais publicados pelos bancos e leiloeiros um imóvel de interesse, o interessado deve agendar uma visita antecipada ao imóvel. “Já tive casos em que os antigos moradores levaram portas de ferro e outras coisas da estrutura da casa, como fiação. É bom levar um perito de confiança”, disse o diretor comercial da imobiliária Piramid, Antonio Carlos Peixoto. Para ele, a melhor forma de evitar dores de cabeça é sempre consultar um corretor de imóvel ou advogado especializado. Para o advogado Sérgio Oliveira Dias, é melhor para o comprador procurar leilões judiciais e fugir dos extrajudiciais. “Quando a venda passa pelo judiciário, podemos dizer que o imóvel fica blindado. Será assegurado pela Justiça que a casa, escritório ou terreno não irá responder pelas dívidas do antigo dono. Já é uma forma de evitar surpresas”, aconselhou. (RV)




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