Ferraz Jr.
O mercado de vendas e locações de imóveis em Ribeirão Preto deve ter um ano mais aquecido do que foi em 2004, segundo empresários do setor. O otimismo, no entanto, é moderado. Na melhor das hipóteses, o mercado deve sentir o reflexo do crescimento de cerca de 4% na economia brasileira. Na pior, haverá um equilíbrio no desempenho do setor em relação ao ano passado.
Segundo Walter Roberto Maria, diretor da Dínamo Imóveis Administração Ltda., houve estabilidade nas locações ao longo do ano passado, sem crescimento substancial no volume de imóveis negociados. “Foi um ano equilibrado, mas a tendência é de aquecimento nesse ano”, analisa. Ele acredita que os bons números que marcaram a economia em 2004 terão reflexos no setor.
O diretor de vendas da Magna Imóveis e Administração Ltda., Amim Magna, também acredita que este ano será melhor do que o que passou. “As vendas do comércio em geral no final do ano passado foram as melhores em muitos anos, o que me leva a acreditar que os bons negócios deverão continuar com o consumidor entusiasmado”, explica. Embora sem falar em números, Amim afirma que a movimentação de compra e venda de imóveis no ano passado foi pior do que em 2003. “O investidor saiu de cena, se retraiu”, garante.
Para ele, as vendas realizadas no ano passado foram apenas para consumidores. “Quem adquiriu imóveis no ano passado foi o consumidor que tem pouco poder de compra e se vale de artifícios como financiamentos para respaldar o negócio”, analisa. Ele espera o retorno ao mercado do investidor para este ano.
Na área de locação, a expectativa é de que o aquecimento possa se manter ao longo do ano no mesmo ritmo que se verifica neste mês quando a movimentação de estudantes universitários que se formam e desocupam imóveis se mistura com a dos que chegam para freqüentar faculdades e escolas, o que garante bons negócios.
“Mesmo que seja sazonal, a movimentação que ocorre todos os anos de janeiro a março, este ano, terá uma ligeira melhora em relação ao ano passado”, afirma José Luiz Zanato, diretor de locação da Magna.
Mesmo otimista, ele se mostra cauteloso com as projeções para 2005. “É preciso que a economia de Ribeirão Preto se aqueça para que o setor sinta esse reflexo”, afirma. A expectativa dele é que a nova administração municipal possa atrair indústrias e empresas no Distrito Industrial. “Só com a geração de emprego, a abertura de lojas no comércio, a reforma e ampliação do aeroporto, por exemplo, poderão trazer novos inquilinos para a cidade”, analisa.
Alguns fatores menores podem também garantir um aquecimento nas locações, mesmo que pequena, segundo Antonio Maçonetto, da Maçonetto Empreendimentos Imobiliários. “A não negociação de valores de aluguéis por parte dos proprietários levará alguns inquilinos a trocar de imóveis”, analisa. Para ele, esta é uma época também em que ocorrem transferências de funcionários de empresas que esperam as férias escolares para fazerem suas mudanças.
Rede
A Fortes Guimarães, empresa de Ribeirão Preto e integrante da Rede de Imobiliárias do Interior, com parceria em imobiliárias de 40 cidades da região, espera um ano melhor do que já foi bom. “Em 2004 nossas vendas cresceram 12% e esperamos para este ano chegar a 20%”, analisa João Paulo Rossi Fortes Guimarães, diretor de venda da empresa.
Ele acredita que o crescimento será de toda a região. Segundo João Paulo, no ano passado, as vendas estiveram predominantemente vinculadas às condições de pagamentos, com os consumidores se valendo de financiamentos, mas o mercado terá de volta o investidor. “O açúcar terá um bom ano e quando isso acontece, sobra dinheiro no mercado”, afirma.
A cultura de investimento imobiliário, característica do consumidor da região, foi deixada de lado pelos ganhos das aplicações financeiras. “Como o investimento especulativo está deixando de ser atraente, aos poucos o investidor em imóveis retorna à sua origem”, conclui.
CUB sobe 0,41% em dezembro
O CUB (Custo Unitário Básico) da construção civil paulista teve aumento de 0,41% em dezembro, em comparação a novembro. O CUB é o índice oficial, calculado pelo SindusCon-SP (Sindicato da Construção), que reflete a variação mensal dos custos do setor, para utilização nos reajustes dos contratos da construção civil.
O aumento em dezembro foi “puxado” pela elevação dos preços dos materiais de construção, que subiram em média 1,10%. Já os custos das construtoras com mão-de-obra caíram 0,17%. A média ponderada entre essas variações resultou no CUB de 0,41%. Em 2004, o CUB registrou alta de 9,01%. Apresentou maior “peso” no aumento do ano a elevação dos preços de materiais de construção, que subiram em média 12,92%. Os custos das construtoras com mão-de-obra tiveram reajuste de 5,82% no mesmo período.
No mês passado, o CUB padrão da construção civil paulista (H8-2N) foi de R$ 882,36 por metro quadrado.
Dos 70 insumos da construção cujos preços são pesquisados mensalmente pelo SindusCon-SP, 31 tiveram em dezembro variação superior à do IGP-M, que foi de 0,74%.
Entre os maiores aumentos de preços no mês,
destacaramse os seguintes:
- caixa d’água fibrocimento (+10,14%)
- fio termoplástico (+8,82%)
- caixilho de ferro cantonado (+7,93%)
- tubo de PVC rígido rosca água (+4,77%)
- prego (+4,14%)
- areia média lavada (+3,36%)
- cal hidratada (+3,02%)
- vidro temperado 10 mm (+2,94%)
- tinta látex branca PVA (+2,81%)
- tijolo cerâmico 8 furos (+1,75%)
- aço CA 50 (+1,23%)
- bloco de concreto de vedação (+1,06%)
Em Ribeirão Preto os preços acompanharam
a tendência de lata verificada em dezembro.
Telha romana – R$ 570/milheiro
Telha francesa – R$ 750/milheiro
Telha portuguesa – R$ 600/milheiro
Tijolo comum – R$ 130/milheiro
Tijolo baiano (8 furos) – R$ 217/milheiro
Tijolo baiano (9 furos) – R$ 270/milheiro
Cano Tigre 4 pol. R$ 8,05/metro
Tubo de esgoto 2 pol 50 mm – R$ 5,24/metro
Tubo de água 50 mm – R$ 7,89/metro
Tubo de água ¾ - R$ 2,16/metro
Fonte: Irajá Materiais de Construção.