Quem possui recursos para comprar à vista pode obter preços melhores por conta da grande oferta. Os imóveis já atraem investidores de ativos financeiros diante as recentes oscilações do dólar, das ações e mesmo do ouro.
Imobiliárias de Ribeirão Preto registram maior procura desses compradores por apartamentos recém-entregues ou em fase de entrega.
"Realizamos três negócios para investidores que querem preservar seus patrimônios em meio às incertezas dos ativos financeiros", afirma João Paulo Fortes Guimarães, diretor da Fortes Guimarães & Coelho da Fonseca.
Quem possui bons conhecimentos sobre o mercado financeiro, pode até aproveitar a situação e tentar obter ganhos. Mas diante a situação, os investidores já avaliam os imóveis como porto seguro.
"Os imóveis são uma oportunidade para resguardar o dinheiro", atesta Dirceu Tornavoi de Carvalho, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), da USP de Ribeirão Preto.
Nesta quinta-feira (22), o dólar comercial manteve a recente escalada de alta e subiu 3,52%, fechando a R$ 1,90. Já a Bovespa desabou 4,83%, a maior retração porcentual desde o tombo de 8,08% de 8 de agosto passado. O ouro também registrou perda de 2,19%.
"Toda essa variação nos ativos financeiros não ocorre com os imóveis, que seguem valorizados", observa Guimarães.
Carvalho, que também é conselheiro da Mercadotecnia, empresa de pesquisa e estratégia de mercado, lembra que a oportunidade é ótima para quem procura imóveis em Ribeirão Preto.
Oferta
"Estamos com uma grande oferta de apartamentos novos e, quem possui recursos financeiros, e comprar à vista, certamente pode aproveitar o momento para obter preços melhores", diz.
Ele lembra, contudo, que a opção de compra de imóveis não garante lucratividade na hora da venda.
"Uma média de 30% dos imóveis vendidos em Ribeirão é para investidores e, com a entrada de mais desses compradores, é de se perguntar se vão conseguir realizar lucro na hora de vender", observa.
Segundo ele, a desvalorização dos ativos financeiros já fica entre 5% e 15%, mas não significa que esses mesmos porcentuais valorizem os imóveis.
"No caso dos imóveis, a liquidez é mais baixa, mas eles tiveram valorização acima da inflação nos últimos anos", explica Carvalho.