foto: MATHEUS URENHA Uma das poucas áreas de Ribeirão Preto com espaço livre para suportar o crescimento da cidade, a Zona Leste, apresenta problemas e virtudes únicas do município. Como toda região em expansão, ela ainda possui vazios urbanos que incomodam os moradores, mas a grande maioria não hesita em ressaltar que a realização do sonho da casa própria supera quaisquer dificuldades. “Aqui é muito bom, pois tenho minha casa e não pago aluguel. O comércio está crescendo e existe muita tranqüilidade”, informa Adilson Meira, 39 anos, que mora no Jardim Juliana. Os problemas da região, porém, também são lembrados pelos populares. “Tem pouca coisa aqui, e tudo é mais caro. E ainda tem a violência e a falta de atenção das autoridades. É preciso melhorar muito”, avalia Terezinha Siqueira, 49 anos, que está de mudança para o Parque dos Servidores. Já Miriam Camila Cor-deiro, 16 anos, que mora com a filha e o marido no vizinho Recreio Internacional, acredita a violência é a grande questão da região. “Aqui é bem mais calmo que em outras regiões da cidade, mas a violência incomoda e a distância da cidade e dos serviços é um empecilho”, afirma a jovem.A expansão da cidade em direção à zona Leste é apontada pelos construtores como a grande tendência de mercado. Mas o movimento pode ser suspenso, já que discussões sobre o Aqüífero Guarani, o manancial de águas que tem área de recarga na região, podem atravancar a autorização para novos empreendimentos. “Temos que resolver a questão, pois a zona Leste é a única opção para casas destinadas à classe média”, avalia José Batista Ferreira, diretor do SindusCon (Sindicato Indústria da Construção Civil) de São Paulo). Já os técnicos defendem um debate melhor sobre o tema. “Queremos entender como ocorre a recarga e programar a expansão sem prejudicar o aqüífero”, acredita Carlos Eduardo Alencastre, diretor regional do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) de São Paulo
ACORDO 50 famílias devem sair
Acordo realizado entre o Ministério Público e Cohab propõe a remoção de 50 famílias do Jardim Juliana. Destas, segundo a Companhia Habita-cional, 20 conseguiram habitações em outros bairros. “Esperamos que, em um prazo de 45 dias, consigamos remover todas as famílias dispostas a sair”, informa João Feres Sobrinho, diretor da Cohab.
Publicação - 21/05/06 |