foto: Renato Lopes/A CIDADE Pensar no acabamento externo da casa é condição primordial, seja na hora de reformar ou construir. O visual externo funciona como uma espécie de cartão de visitas do imóvel. Finalizar o acabamento da construção com texturas, fazer uma composição com cores e materiais diferentes, modificar o tipo do revestimento, trocar a cor da pintura ou acrescentar algum novo detalhe pode fazer tanta diferença a ponto da casa ‘antiga’ se tornar irreconhecível. A arquiteta Ana Karina Abud literalmente transformou o imóvel residencial comprado por uma cliente em um condomínio de casas não-padronizadas em Ribeirão Preto. Tons pastéis A casa, antes de fachada escura, ganhou tons pastéis e uma nova roupagem com uma opção nova de textura que pode ser aplicada sobre qualquer tipo material, desde tijolos, até concreto, portões, janelas e esquadrias. A porta também foi substituída por outra mais moderna, toda em madeira, e no lugar da ardósia, o chão ganhou um piso de mármore. “Era uma casa de tijolos aparentes. A porta de entrada era de madeira com vitrais e o piso era ardósia. Agora parece outra casa, clara, moderna, com um visual totalmente diferente do que era antes”, relembra.
SERVIÇO Contratar profissional do ramo é fundamental
Consultar um profissional do ramo, seja arquiteto, engenheiro ou consultor, antes de tomar qualquer decisão, é fundamental para garantir que a obra ou reforma saia a contento. Além dos profissionais autônomos e das construtoras, lojas de tintas e materiais de construção de médio e grande porte também costumam manter equipes especializadas de plantão para este atendimento ao cliente. Quem pensa que gastar dinheiro com esse tipo de serviço é dispensável pode acabar no prejuízo. “Tivemos uma cliente que fez um orçamento conosco e achando caro demais decidiu fazer a reforma por conta própria. Insatisfeita com o resultado, ela acabou nos repassando a obra”, relembra Ana Karina. Resultado: a cliente acabou gastando o dobro do que se tive contratado a mão-de-obra especializada para tocar a obra. “Tivemos que desfazer o que havia sido feito e depois refazer o serviço. Ela acabou gastando duas vezes”, justifica a arquiteta. Habilidades Além do preparo técnico dos profissionais da área, alguns materiais exigem habilidades específicas na hora do manuseio e da aplicação. “Em geral são materiais caros, vendidos já com mão-obra-especializada. Não é qualquer pedreiro que sabe aplicá-lo”, destaca o consultor Fabiano Henrique Cardoso. O engenheiro Antonio Abud também lembra que a parede que vai receber o acabamento também necessita de ‘tratamento’ feito com alguns produtos que irão garantir melhor resultado da aplicação. “O concreto é poroso e por isso chupa a tinta ou qualquer outro material que seja aplicado na parede. O uso de um selante impede que isso aconteça”, exemplifica o engenheiro.
TEXTURA Grafiato custa até 60% mais em relação à tinta látex
Quando se fala em revestimentos externos, as texturas estão na moda. É possível se obter vários tipos de textura, conforme explica a arquiteta Ana Karina Abud. “Tudo depende da granulação da tinta e granometria do rolo usado para aplicar o material”. Além do acabamento diferenciado, as texturas têm sobre a pintura lisa a grande vantagem de esconder os defeitos que a parede tenha. Mas como tudo tem seu preço, essa modalidade de acabamento custa mais caro do que a pintura convencional. Alguns materiais chegam a dobrar de preço quando comparados à tinta. Esse custo adicional leva em consideração tanto o material como a mão-de-obra. Grafiato A textura mais usada, o grafiato, costuma ter um custo médio de 60% a mais do que a tinta látex. “O grafiato tem maior facilidade de aplicação. Por isso mesmo, os próprios pintores mesmos acabam indicando”, explica o consultor Fabiano Henrique Cardoso. Na opinião do engenheiro Antonio Abud, esse gasto a mais acaba sendo compensando com a durabilidade maior das texturas. “As pinturas em geral duram em média de três a cinco anos. Eu tenho conhecimento de grafiato que foi feito há 10 anos e permanece em bom estado”. Uma vez aplicado, o grafiato não precisa ser refeito. “Você apenas repinta por cima quando for necessário”, explica Abud. Outra opção de acabamento bastante usada atualmente é o chamado tijolo caiado ou tijolo pintado. A parede de tijolos é nivelada de forma que os tijolos não fiquem mais salientes que o cimento. Por cima, é aplicada ou uma mistura de cal com outros materiais, que pode até incluir corante. O engenheiro salienta que a grande desvantagem das texturas é não permitir retoques, como é possível na pintura comum. Se uma parede com este tipo de acabamento precisar ser arrebentada, a textura terá que ser toda refeita. Neste caso será preciso alisar novamente a parede com uma massa própria para em seguida refazer a textura.
Anna Regina Tomicioli |