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Crescimento desordenado.









 


foto: MATHEUS URENHA
Diferente da zona Sul, que cresce de maneira organizada e planejada, atraindo cada vez mais empreendimentos, na zona Leste a infra-estrutura não acompanha o seu crescimento natural. Um único acesso, falta de áreas de lazer, iluminação inadequada em uma das principais avenidas e um parque que ainda não saiu do papel são alguns dos problemas citados por moradores e construtores que possuem empreendimentos na região.
“Sentimos que houve um grande interesse do Poder Público de criar a infra-estrutura na zona sul, o que levou a iniciativa privada a investir naquela região”, afirma o síndico do condomínio Vila d’ Itália, no Jardim Interlagos, Olavo Guimarães.
Na opinião de Paulo César Barbosa, síndico do Condomínio Portal dos Pinheiros, a zona Leste está crescendo sem nenhum planejamento.
“A infra-estrutura não está acompanhando esse crescimento”, diz.

Único acesso
“Só há uma saída do bairro, que é o pontilhão da Vila Abranches. A dificuldade do acesso é um grande entrave para o desenvolvimento da zona Leste”, reclama Guimarães.
Segundo ele, foi feito um abaixo-assinado pedindo a construção de um viaduto ligando as avenidas Henri Nestlé e Guadalajara, na Lagoinha.
“Essa obra é prioritária. O acesso é insuficiente para o volume de carros que trafega pelo local. Nos horários de pico, levo de 20 a 40 minutos para atravessar. Isso desvaloriza nosso bairro”, comenta.
O projeto do viaduto, apesar de estar previsto no plano viário do município não foi incluído no contrato de concessão da Autovias.
“Até 2017, quando encerra o contrato, a única travessia da Anhangüera prevista é o prolongamento da avenida Brasil”, fala.
Na opinião dele, isso secciona a zona Leste da cidade como um todo.
“Houve descaso da administração pública”, afirma.
O chefe da divisão de sistema viário do departamento de Urbanismo, da Secretaria de Planejamento e Gestão Ambiental, José Luiz de Almeida, explica que na época da concessão a Prefeitura Municipal não foi consultada.
“O acesso é de fato precário, a obra é de grande prioridade. Já solicitamos à Secretaria de Transportes do Estado de São Paulo que avalie junto à Artesp a viabilidade dela, para que seja realizada pela concessionária”, justifica.
No entendimento do município, a obra do prolongamento da avenida Brasil possui o mesmo grau de importância, o que não justificaria fazer a transposição.
“Estamos aguardando a posição da Secretaria de Transportes”, completa.

Parque ainda não saiu do papel
O Parque Ecológico Guarani foi aprovado pela Prefeitura Municipal em setembro de 2006, Lei 10.921, mas até agora não saiu do papel. A sua implantação ainda não foi iniciada. Enquanto isso, não há áreas de lazer nesta zona da cidade.
“São quase 25 mil metros quadrados de área institucional. Verdadeiros vazios urbanos que estão sujeitos à invasão. A aprovação de loteamentos reserva áreas institucionais, que são abandonadas pelo poder público. A zona Leste é vítima desse mal”, comenta Barufi.
“É uma área extensa que está abandonada e sendo degradada. Além de trazer insegurança à noite, pois fica com mato alto por grandes períodos e não há iluminação”, comenta o síndico Guimarães.

“Falta definição legal para a ocupação”
Para o presidente da Associação de Moradores do Parque dos Lagos, Domingos Barufi, que também faz parte do Projeto Piloto do Aqüífero Guarani, dois problemas são cruciais para o desenvolvimento da zona Leste.
O afloramento do aqüífero como obstáculo ao crescimento da cidade pela zona Leste e a falta de acessos.
“Somos favorável ao desenvolvimento sustentável, à ocupação urbana, inevitável, sobre o afloramento do aqüífero”, informa.
Para ele faltam as definições legais para ocupação da área da zona leste em relação a exploração do aqüífero, com a inclusão do uso urbano.
“Esses problemas impedem o desenvolvimento da zona Leste”, conclui.
O Secretário Municipal de Planejamento, Wilson Luiz, acredita que existam mecanismos capazes de provocar o reabastecimento do aqüífero, mesmo com a impermeabilização de parte dos lotes e vias públicas.
“Precisamos aguardar o resultado do estudo do aqüífero, pelo Comitê de Bacias do Pardo. Ele deve ser concluído daqui a alguns meses”, afirma Laguna.


Valeska Mateus

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