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Aluguel sobe até 28% em São Paulo em um ano; veja variação por bairros

Mudar de endereço em São Paulo requer muita procura e contas para avaliar se o aluguel vai caber no orçamento. O valor da locação subiu até 28,1% na capital paulista em setembro, considerando o preço cobrado nos últimos 12 meses em contratos novos de imóveis residenciais.


O levantamento feito pelo Secovi (Sindicato da Habitação) de São Paulo a pedido da Folha Online apontou que a maior variação no valor mais baixo do metro quadrado na área pesquisada foi encontrada em unidades de um dormitório na região do centro que engloba os bairros Barra Funda, Bom Retiro, Cambuci, Centro, Liberdade, Pari e Santa Cecília.


Os imóveis com dois e três quartos registraram um acréscimo de até 23,1% --percentual encontrado, em ambos os casos, na Bela Vista (centro). Na média da capital, no entanto, o aumento foi de 8,3%, a menor alta desde junho do ano passado.


O economista Cícero Yagi, consultor do Secovi-SP, destaca que a recuperação da renda com aluguéis vem ocorrendo nos últimos três anos, após mais de uma década estagnada, motivada pela queda da oferta de imóveis e a melhoria nos salários da população. As unidades no centro tendem a ter uma valorização maior, na opinião do especialista, devido à preocupação com o trânsito, que vem aumentando em grandes cidades como São Paulo. "As pessoas querem morar cada vez mais perto do trabalho ou da escola", afirma.


Exceção feita, segundo Yagi, aos moradores da zona leste, que são os mais "fiéis" à região. "Eles tentam não mudar de lá, melhorando dentro da própria zona leste, indo de Itaquera para o Tatuapé, por exemplo", diz. Nesse último, o imóvel de um dormitório subiu 21,6% no período.


De acordo com o Secovi-SP, os Jardins apresentaram em setembro o metro quadrado mais caro da cidade, entre os locais pesquisados, considerando o menor valor encontrado em todos os tipos de imóveis: um (R$ 23,15), dois (R$ 22,26) e três (R$ 19,01) dormitórios, que tiveram aumento de 16,4%, 18,0% e 21,7%, respectivamente, nos últimos 12 meses.


No mês passado, o fiador foi a garantia utilizada em metade dos contratos de imóveis analisados na capital, seguido pelo depósito em dinheiro ou caução (30%) e pelo seguro-fiança (20%). A pesquisa mostrou ainda que casas e sobrados demoraram entre 9 e 25 dias para serem alugados, enquanto os apartamentos, de 17 a 35.


Reajuste contratual


Os inquilinos que permaneceram no mesmo imóvel e têm o contrato de aluguel indexado ao IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) com vencimento em julho, agosto e setembro não tiveram alteração no valor pago. O indicador mensurado pela FGV (Fundação Getulio Vargas) apresentou deflação nesses três meses.


Segundo o Secovi-SP, o índice de inflação é usado como base em mais de 90% dos contratos em São Paulo. Para Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas da FGV, a variação do IGP-M nos últimos 12 meses deve continuar negativa ainda neste mês e em novembro. "Nunca houve um momento tão favorável [para o inquilino]", comenta.


Mesmo para os proprietários de imóveis é vantajoso arcar com a perda de renda mensal ao continuar com o mesmo morador em vez de ficar livre para reajustar o valor ao trocar de locatário. "Se for um bom inquilino, é interessante manter o contrato", avalia Roberto Akazawa, gerente do Secovi-SP. Aqueles que pagam o aluguel e o condomínio em dia e conservam o imóvel, diz, têm um trunfo na hora da renegociação, mesmo em áreas valorizadas.




 
Folha Online 16-10-2009


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