O desconto para a compra de imóveis usados caiu ao longo do ano na cidade de São Paulo, de acordo com levantamento do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP). Entre janeiro e outubro, a diferença entre o preço pedido pelos proprietários e o valor final da venda chegou ao menor patamar em três das cinco zonas residenciais medidas pelo Creci.
A maior queda se deu para imóveis na zona B, que inclui bairros como Paraíso e Sumaré. Nessa região, os descontos caíram de 16,7% em janeiro para 2,4% em outubro. Já na zona A, que compreende bairros como Itaim Bibi e Moema, os descontos caíram de 7,69% para 3,13% na mesma comparação. Já entre as habitações da região C, que inclui Jabaquara, Mooca e Butantã, a queda foi de 6,25% para zero.
Os descontos só se mantiveram mais altos nas regiões com imóveis voltados à baixa renda. Na zona D, que compreende bairros com Pirituba e Vila Prudente, os descontos chegaram a 9,68% em outubro, maior valor do ano. Já na área região E, formada por bairros como Brasilândia e Itaquera, o abatimento foi de 5%. “Muitos proprietários de imóveis dessas regiões tentaram subir o preço para se aproveitar do estímulo do ‘Minha casa, Minha vida’, mas tiveram de dar descontos para fechar os negócios”, diz José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP.
Viana diz que nas áreas que tiveram queda nos descontos houve uma adequação de preços. “O valor pedido pelos proprietários agora está mais próximo do que o mercado está disposto a pagar.”.
Para a gerente de locação e vendas da Lello Imóveis, Roseli Hernandes, o aquecimento do mercado ajudou a reduzir os descontos. “O proprietário não aceita rebaixar o preço para concluir a venda. Ele espera uma nova proposta.”
O vice-presidente de Habitação do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Flávio Prando, diz que o mercado deve continuar aquecido em 2010. “A expectativa é bastante forte principalmente para os apartamentos de dois e três dormitórios”, afirma.
Jornal da Tarde - 21/12/2009