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Centro vive bom momento.

JCentro vive bom momento

OYCE CURY  QUARTEIRÃO PAULISTA Processo de revitalização do Centro histórico de Ribeirão Preto, iniciado há mais de uma década, contribuiu para a valorização de todo o quadrilátero central

O Centro de Ribeirão Preto vive um bom momento no mercado imobiliário, com a chegada de novos empreendimentos e o aquecimento das vendas e locações. Ações capitaneadas pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto, têm mantido a vitalidade do coração da cidade. Desde o início do processo de revitalização do Quarteirão Paulista, há mais de uma década, a região central tem sido cada vez mais valorizada.
Quadrilátero democrático, limitado pelas avenidas Nove de Julho, Independência, Jerônimo Gonçalves e Francisco Junqueira, o macro Centro é uma das principais referências comerciais da cidade. Atrai vários perfis de consumidores, do simples ao sofisticado, determinados sempre pela oferta. O comércio do calçadão, por exemplo, que atende ao público popular, encontra contraponto no shopping Santa Úrsula.
O engenheiro Antonio Carlos Maçonetto, especialista na área imobiliária e tesoureiro da ACIRP, afirma que o Centro da cidade lidera a preferência dos comerciantes que buscam aquele público consumidor para abrir ou expandir seus negócios. “A disputa por um ponto comercial, porém, é grande principalmente na região do calçadão. Existem pouquíssimos imóveis para locação”, conta.
Fora do calçadão, algumas empresas aproveitam os espaços livres. É o caso da rede de supermercados Dia %, bandeira do grupo Carrefour, que está construindo sua primeira loja em Ribeirão Preto, na esquina da rua Américo Brasiliense com a Visconde de Inhaúma. A administração da rede é independente e voltada para o público que freqüenta a região onde a loja é instalada. Os preços são, em média, 20% inferiores aos concorrentes. Ainda não há previsão para inauguração da loja.
No final de maio deste ano, o Carrefour já havia inaugurado uma loja Bairro na rua Rui Barbosa, confirmando a tendência de que o Centro tem se transformado em um pólo de atração comercial. Outra esquina, na Saldanha Marinho com a Lafaiete, tem despertado o interesse de empresários. Informações de vizinhos daquele endereço dão conta de que um grande grupo educacional estaria interessado no local.

Residencial
O empresário João Batista Goulart, sócio de uma imobiliária em Ribeirão Preto, afirma que atualmente não existem novos projetos residenciais no Centro da cidade. “Praticamente todos as novas construções da área central são destinadas ao comércio. Porém, ainda há muito interesse pela compra e locação de imóveis residenciais nas proximidades do shopping Santa Úrsula, por exemplo, no Higienópolis”, conta.
Goulart explica que houve mudanças significativas nos últimos 20 anos, principalmente na região da avenida Nove de Julho.
“A avenida era toda residencial. Com o tempo, passou a ser tomada pelos bancos, entre outros pontos comerciais. É uma tendência natural que pode ser observada no bairro Sumaré, com a criação do Boulevard”, disse.

Segurança deve garantir valorização
A preocupação com segurança é a mais recente cartada da ACIRP para garantir a atração de novos empresários e consumidores. O projeto Olho de Águia é a menina dos olhos da ACIRP. Dez câmeras de alta resolução, com infra-vermelho para visão noturna, monitoram pelo menos 50 quarteirões, 24 horas. Popularmente chamado de “Big Brother”, o projeto recebeu investimento de R$ 400 mil e tem conseguido inibir ações de marginais que perambulam pela região central.
Para o economista Vicente Golfeto, a recuperação do Theatro Pedro II pode ser considerado um marco na mudança do perfil consumidor do Centro. Segundo ele, a revitalização do Quarteirão Paulista ganhou ainda mais força com investimentos em segurança, considerados uma alavanca decisiva para a valorização da região central.
Para o engenhheiro Antonio Maçonetto, a regularização das áreas para camelôs, instalação de câmeras de segurança, entre outras ações para manter o aquecimento do mercado imobiliário no Centro devem contar também com outros projetos. Ele defende, por exemplo, a criação de corredores de ônibus, urbanos e intermunicipais, para desafogar o trânsito naquela área.
Para o secretário municipal de Planejamento e Gestão Ambiental, Wilson Luiz Laguna, a revitalização da região da “baixada” também é uma preocupação da prefeitura. Ele defende a realização de eventos no prédio da antiga Companhia Cervejaria Paulista, além de projetos de iluminação e paisagismo para a região.

DA REPORTAGEM

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