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Desempenho do segmento formal continua fraco.

O desempenho das empresas formais da construção civil do país, no período junho-agosto deste ano, permaneceu abaixo do nível considerado bom pelos empresários do setor e não apresentou mudança em relação a março-maio. O fraco desempenho relatado pelos empresários é semelhante ao cenário do setor no segundo semestre de 2003. Esta é a principal conclusão da 24ª Sondagem Nacional da Indústria da Construção Civil, realizada pelo Setor de Economia do SindusCon-SP.
Esse resultado vai de encontro a todas expectativas anteriores dos próprios empresários, que no fim de 2004 apostavam numa recuperação do setor, alavancada pelo prometido aumento da disponibilidade de recursos. Na verdade, esse aumento apenas se registrou no financiamento da casa própria para a classe média com recursos da Poupança, e não ocorreu nos outros segmentos da construção: habitação popular, obras de infra-estrutura e saneamento, obras industriais e comerciais etc.
Mesmo no segmento imobiliário, a maioria das pequenas construtoras continua sem retomada das atividades e registra desempenho mais tímido que o previsto no início do ano.
O resultado também reforça a percepção de que o crescimento de 2,2% do produto da construção no primeiro semestre deste ano, apurado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), restringiu-se praticamente ao segmento informal da construção (com exceção das construtoras beneficiadas pela expansão do financiamento imobiliário).
A 24ª Sondagem é a terceira pesquisa consecutiva que acusa essa estabilidade, um cenário que se mostrou constante em todas as sondagens realizadas nos últimos 12 meses com os empresários da construção civil.
Entretanto, a expectativa de grande parte do setor, captada em agosto, é a de que, nos próximos meses, esse quadro comece a se alterar e as empresas da construção apresentem um resultado melhor.
De acordo com a pesquisa, as perspectivas dos empresários têm se alternado bastante, o que dificulta a definição de uma linha de tendência. Tanto que, para o resultado presente, possivelmente prevaleceu o fato de os empresários saberem que há a disponibilidade de recursos e que governo e bancos se esforçarão para cumprir as metas para o ano de 2005, a despeito da crise política e da deterioração das expectativas de crescimento econômico.
Desempenho
Conforme apurou a sondagem, os empresários estão indicando que suas empresas se encontram em um patamar muito baixo de resultado e não conseguem sair daí. Não por outro motivo o indicador de desempenho encontra-se no mesmo nível (38), muito abaixo de um patamar minimante favorável (50), desde o segundo semestre de 2003.
Mas, se o desempenho não tem se alterado, algumas outras mudanças podem ser percebidas. A mais relevante diz respeito às dificuldades financeiras. Esse indicador tem registrado sucessivas quedas e encontrava-se em agosto em um patamar quase 7% menor do que o observado 12 meses antes. Os empresários continuam apontando que suas dificuldades financeiras são elevadas – o indicador está acima de 50 – mas têm progressivamente se reduzido, o que é positivo para o setor. Já no que diz respeito à evolução dos custos, os empresários continuaram a acusar piora.
Perspectivas
Mostrou-se de forma mais clara em agosto a tendência já indicada na pesquisa anterior, realizada em maio, em relação ao desempenho futuro das empresas de construção civil: as perspectivas têm melhorado. Os empresários acreditam que a estabilidade verificada nos últimos 12 meses vai se alterar e que o desempenho das empresas vai melhorar. O sinal positivo é importante, mas, como o patamar de desempenho está muito baixo, ainda não é possível afirmar que os empresários estão esperando uma mudança expressiva, aponta a sondagem.
Em contrapartida, em relação às expectativas para a economia, houve uma grande deterioração na avaliação das empresas sobre a política econômica. Apenas o quesito inflação registrou avaliação positiva. Já o crescimento econômico preocupa, mas é interessante notar que essa piora nas expectativas de crescimento econômico não alterou a tendência de melhora do desempenho das empresas para os próximos meses.

Melhora em São Paulo

No Estado de São Paulo, os empresários registraram melhora no desempenho das empresas na comparação com a pesquisa de maio, retomando a tendência positiva observada no início do ano. Ainda assim, o desempenho assinalado é inferior ao de agosto de 2004.
A 24ª Sondagem mostrou também que as dificuldades financeiras diminuíram e que as perspectivas de desempenho estão mais positivas tanto na comparação com maio quanto em relação a agosto de 2004.
Assim como observado na média do país, houve um descolamento grande entre as perspectivas para a empresa e para economia. Os empresários paulistas ficaram muito mais pessimistas em relação à condução da política econômica, e, particularmente, no que diz respeito às perspectivas de crescimento econômico.
Já a abertura da pesquisa por região político-geográfica do Brasil mostra que há diferenças sensíveis na evolução e no patamar de desempenho das empresas: no Nordeste e Centro-Oeste, os resultados são melhores, mas, na comparação com a pesquisa de maio, apenas os empresários da Região Sul afirmaram piora expressiva de desempenho.
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