A construção civil contou com uma margem de lucro operacional maior no segundo trimestre, de acordo com a sondagem promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a entidade, os empresários do setor continuam satisfeitos com a margem de lucro, que se mantém com índices acima de 50 pontos pelo 5° mês consecutivo. Pela metodologia do indicador, leituras acima dos 50 pontos significam expansão.
O indicador sobre margem de lucro revela que o índice passou de 52 pontos, no primeiro trimestre, para 52,4 no segundo trimestre. O indicador varia entre zero e 100, sendo que índices superiores a 50 significam que o resultado foi positivo.
A satisfação maior está com as grandes empresas, com o indicador registrando 54,4 pontos entre maio e junho, embora no trimestre anterior a sondagem com este segmento tenha apontado índice de 58. As pequenas empresas registraram índice negativo no segundo trimestre, com 49,7 pontos.
A pesquisa da CNI mostrou que, no último mês, a construção civil no Brasil manteve-se aquecida (53,8 pontos), embora a um ritmo menos acelerado do que em maio. O gerente-executivo da Unidade de Pesquisas, Renato da Fonseca, ressaltou que o setor ainda está “claramente aquecido”.
A CNI demonstrou que a evolução do número de empregados continuou acontecendo no segundo trimestre com 52,9 pontos. O índice, no entanto, é inferior ao registrado no semestre anterior com 56,4 pontos. Fonseca atribuiu a leve queda no ritmo da construção civil brasileira à suspensão dos incentivos tributários do governo para estimular a recuperação da indústria no período de crise financeira.
A entidade informou ainda que o setor se queixa, principalmente, da falta de mão-de-obra qualificada. Esta questão foi apontada como o principal problema por 62% das empresas, especialmente para as empresas de porte médio (63,4% dos empresários) e grande (81,3%). Já entre as pequenas, 64,6% consideram que o problema maior está na elevada carga tributária.
Fonseca afirmou que, embora a falta de qualificação tenha se mostrado uma preocupação séria, ela ainda não compromete o crescimento do setor. O representante da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Luiz Fernando Mendes, informou que as empresas estão assumindo a responsabilidade de oferecer capacitação aos trabalhadores, no canteiro de obras.
“Este desafio, está trazendo a industrialização ao processo de construção civil do país. Estamos saindo de um sistema considerado artesanal e partindo para inovação tecnológica”, disse Mendes, após a sondagem apresentada na CNI.
Os empresários da construção civil estão animados sobre o comportamento do setor para os próximos seis meses. Sobre o nível de atividade, foi registrado em julho 65,2, ante 67,8 do mês anterior. Já os indicadores da pesquisa sobre a expectativa com novos empreendimentos e em relação às compras de insumos e matérias-primas - para os próximos seis meses - foram de 66 e 63,9, respectivamente.
Fonseca informou que os eventos esportivos que o Brasil receberá nos próximos anos contribuem para o aumento do entusiasmo dos empresários com a possibilidade de execução de obras de infraestrutura.
“A Copa do Mundo e as Olimpíadas são obras programadas que têm data limite para acontecer. Esta previsão não está apoiada somente em previsões do governo”, disse Fonseca, ao se referir às obras em estádios de futebol, portos e aeroportos. A pesquisa foi realizada com 320 empresas entre 30 de junho e 20 de julho.