Imóvel para a classe média. Empréstimos com recursos da aplicação crescem 53,8% no primeiro semestre em relação ao ano passado.
O valor dos empréstimos habitacionais com recursos da poupança cresceu 53,8% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2007 na região de Ribeirão, de acordo com a Caixa Econômica Federal (CEF).
As agências da regional emprestaram R$ 54,6 milhões referentes a linha de crédito nos seis primeiros meses deste ano. De janeiro a julho do ano passado, o valor contratado foi de R$ 35,5 milhões.
"Com a estabilidade econômica e o aumento da oferta, existe muito dinheiro em poupança. Assim, a procura por essa carta de crédito habitacional cresceu", disse Celso Javorski, gerente regional da CEF.
O levantamento da CEF mostra que, no primeiro semestre deste ano, foram realizados cerca de 1,3 mil financiamentos de imóveis residenciais com os recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). No mesmo período de 2007, foram 776 empréstimos. Segundo o gerente regional da CEF, a alta foi impulsionada pela classe média.
"Neste ano, a grande demanda foi da classe média. Com o SBPE, esses clientes têm tem mais liberdade, não ficam presos só ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O limite para o financiamento é maior com taxas de juros melhores, a partir de 8,4% ao ano", disse Javorski.
De acordo com a economista Rosalinda Chedian Pimentel, o recurso é uma boa opção. "Fica mais acessível, pois é possível usar o FGTS para abater as parcelas e diminuir o saldo devedor. Vale a pena."
A carta de crédito com recursos da poupança pode ou não estar enquadrada nas condições do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), dependendo dos valores do imóvel e do financiamento. Nas operações dentro do SFH, o limite de financiamento é de R$ 245 mil em até 30 anos. Fora do SFH, o valor máximo do financiamento é estipulado pela capacidade de pagamento.
NEGÓCIOS
R$ 54,6 mi
É o valor emprestado pela CEF nos seis primeiros meses deste ano
Cliente aprova linha de crédito
O empréstimo com fundos do SBPE foi uma boa opção para o gerente de vendas Lucas Jussiani dos Santos, 26 anos. Ele fez um financiamento neste ano pela Caixa Econômica para comprar uma casa nova na Zona Sul de Ribeirão e sair do aluguel. “Foi um ótimo negócio. Usei meu FGTS para dar a entrada e financiei o restante do imóvel com o recurso da poupança”, disse. Segundo Santos, as taxas de juros e o uso do FGTS para abater as parcelas do empréstimo são as maiores vantagens do SBPE. “É bom que vou poder pagar tranqüilo e, a cada dois anos, vou usar o FGTS para diminuir o saldo devedor.” De acordo com Santos, com o Sistema de Amortização Constante (SAC), o financiamento, feito em 20 anos, poderá ser pago em oito anos. (GR)
RAISSA SCHEFFER