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Custos excedentes podem ser reduzidos.

Valeska Mateus


WEBER SIAN Custos excedentes podem ser reduzidos CONCENTRAÇÃO Edifícios na avenida João Fiúsa, na zona Sul: gestão de condomínios reduz despesas


 


Se a taxa do condomínio está alta, algumas medidas podem reduzir as despesas e colocar as contas em dia. Verificar onde estão os custos excedentes e reavaliar o quadro e a escala de funcionários pode significar uma redução significativa nos valores.
A folha de pagamento representa em média de 60% a 70% das despesas totais do condomínio. A eliminação de horas extras dos funcionários, com alteração da escala e a criação de um folguista, são o primeiro passo para contas equilibradas.
“Essas medidas podem representar uma redução em até 20% na taxa do condômino nos prédios”, afirma Sérgio Tadeu Gonçalves, diretor de uma administradora de condomínios.
Para Alceu Trindade, diretor de uma outra administradora, racionalizar gastos com a limpeza, avaliar o quadro de funcionários, como a necessidade ou não da figura do zelador, e conscientizar os moradores em relação as ‘gorduras’ do condomínio são elementos fundamentais que podem diminuir em mais de 50% a taxa.
O síndico Clésio Schiavetto resolveu reduzir as despesas do seu condomínio e há um ano começou a adotar medidas de contenção de custos. Primeiro racionalizou a conta de energia elétrica, com a colocação de sensores. A segunda atitude foi eliminar o folguista e o último alvo foi a conta de água. “A válvula redutora fez a taxa diminuir cerca de 40%. A peça se paga em menos de três meses”, diz. E a economia já está aparente no prédio, a área da piscina recebeu pintura nova assim como a jardinagem foi renovada. “O que economizamos com o corte das despesas revertemos em melhorias para o edifício, sem sacrificarmos os condôminos com custos extras”, afirma.

Horas extras
Com esse peso no orçamento a folha de pagamento deve ser o principal fator para ser condicionado. “Uma escala ideal de horários de trabalho vai evitar as horas extras”, ressalta Gonçalves. Segundo ele, muitos síndicos têm a falsa idéia de quanto menos funcionários maior a economia. Mas às vezes um número maior pode ser vantajoso. “O pagamento excessivo de horas extras custa mais que a contratação de um funcionário, mesmo com os gastos com encargos, cesta básica e vale-transporte”, afirma.
Gonçalves lembra que as primeiras duas horas extras são acrescidas de 60%, após isso o percentual de acréscimo passa para 80%. “Se for suprimido o intervalo, tipo o horário de almoço, a hora será crescida de 100%”, completa.
Além disso há a questão legal, o funcionário não pode ultrapassar duas horas extras por dia. “Um prédio com três funcionários, na folga de um, os outros dois acabam fazendo horas extras. Isso pode representar, posteriormente, uma ação na justiça”, lembra.
Gonçalves acredita que a melhor equação de escala é a de 12 por 36 horas, autorizada a partir do ano passado pelo SECERP. “Traz qualidade de vida ao funcionários e praticamente zera as horas extras habituais, que ficam restritas aos funcionário noturnos, por conta da inexistência de intervalos na madrugada”, explica.

Férias
Para cobrir férias, mesmo que por vinte dias, o condomínio deve contratar um funcionário extra dentro das regras legais. Uma forma seria de planejar as férias de todos os funcionários em seqüência, já com a quantidade de dias determinada, e contratar alguém para cobrir o período. “Assim o edifício pode estabelecer um contrato de experiência por um prazo de 90 dias, em regime de CLT. É uma segurança para o condomínio, e até prevenção de custos adicionais com ações trabalhistas”.
A criação de um Fundo de obrigações trabalhistas, uma provisão destinada a férias e 13º dos funcionários. Isso cobre essas despesas e não precisa elevação da taxa de condomínio. Muitos condomínios preferem dividir a cobertura de férias entre os funcionários remanescentes, para não colocar pessoas extras ou que não conhecem o funcionamento do prédio, mas essa atitude eleva o custo, em virtude das horas extras.

Zelador
Muitos condomínios ainda mantêm a figura do zelador. Segundo Trindade, em muitos edifícios o zelador já perdeu sua função, mas continua existindo e onerando o orçamento. “Alguns moradores preferem mantê-lo, e isso demonstra falta de consciência”. “Em um condomínio, apenas dispensando o síndico conseguimos reduzir em 50% a taxa. Verba que foi utilizada para melhorias no prédio”, conta. Neste sentido é que uma assessoria eficiente pode levar o síndico a ter uma visão mais ampla dos gastos. Ele ressalta que os custos com os materiais de limpeza e com a faxineira, também podem estar excedentes.
Ela também pode ser uma vilã na taxa de condomínio, principalmente quando existem vazamentos não detectados. “Os campeões de audiência são as válvulas de descargas, fato comum e que o morador não percebe ou não se dá conta do volume de água que está indo embora”, diz Gonçalves.
Se a conta de água do edifício está ultrapassando 10% do total das despesas, é um sinal de alerta. O ideal é que fique na faixa dos 5%.
Uma vistoria a cada seis meses nos apartamentos e nas áreas comuns, pode representar uma redução significativa. “Alguns condomínios estão instalando uma válvula redutora, e conseguem reduzir em até 50% a conta de água”, conta.
Automatizar a iluminação do prédio, modernizar os elevadores e renegociar o contrato de manutenção dos mesmos também ajudam na redução de despesas.
Para renegociar o contrato, é preciso saber os preços praticados. “Com eles em mãos tente com a empresas conseguir uma taxa melhor, ou conseguir um mês de bônus”, aconselha. Acompanhar de perto a manutenção também vai otimizar os custos, pois irá evitar a troca freqüente de peças.

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