O homem livre sempre gostará do mar’, já declamou o poeta Charles Baudelaire, com a certeza da atração que as águas litorâneas exercem sobre a maioria das pessoas. Podemos dizer que,em especial, sobre aquelas que enfrentam o trânsito e o caos cotidiano das grandes metrópoles nem tanto ao mar.
Com muitas opções de cidades a poucos minutos da Capital – em certos horários é mais rápido chegar de Santos ao Centro de São Paulo do que de Santo Amaro, comprar um imóvel no litoral pode ser uma boa guinada em sua vida.
Entre os atrativos, os preços dos imóveis, geralmente mais em conta em relação aos similares no planalto e o bom potencial de valorização.“ Hoje, o momento para essa migração é positivo porque, como os preços são menores que em São Paulo, é possível vender um apartamento básico na capital e adquirir um maior e mais confortável no litoral, ou até mesmo um de mesmo valor e guardar uma parte do dinheiro para fazer um investimento”, diz Robert Reinbach, presidente da Five Planejamento Imobiliário.
“Em bairros como Moema e Perdizes, por exemplo, o metro quadrado pode variar de R$ 4 mil a R$ 7 mil. Já em Santos ou no Guarujá, o valor máximo para um imóvel do mesmo tipo é de R$ 4 mil, o que pode representar quase metade do preço.”
Em Santos, de acordo com Domingos Nini de Oliveira, diretor do Sindicato da Habitação (Secovi) na Baixada Santista, 90% das residências são para moradia própria, e apenas 10% são usadas para veraneio.
A cidade é uma das que mais crescem na região por causa dos investimentos em petróleo, porque, além da Petrobrás, muitas outras empresas-satélites que prestam serviços à estatal e que giram em torno do segmento devem se instalar na região e gerar vários empregos.
“Santos tem todos os serviços que uma cidade precisa e boa oferta de imóveis, mas, por conta dos projetos referentes à exploração do pré-sal, logo essa infraestrutura ficará deficitária, e as cidades vizinhas também serão beneficiadas, pois terão de suprir o aumento da demanda para acomodar novos moradores”, diz Oliveira.
A principal beneficiada deve ser Praia Grande, que oferece hoje o melhor custo-benefício, com imóveis mais baratos que em Santos e Guarujá, além de custo de vida mais baixo que São Paulo. A Praia Grande cresce como opção de moradia para quem trabalha na zona sul de São Paulo, principalmente Jabaquara e Vila Mariana, porque o acesso é muito fácil pela Imigrantes e pela Padre Manuel da Nóbrega.
Para Reinbach, os imóveis que servem para uso misto (para veraneio, moradia ou comércio) nas cidades de Guarujá, São Vicente e Santos devem ter grande valorização, “porque faltam terrenos bem localizados para novas construções e muitos locais ainda não têm estrutura suficiente para atender quem mora na região”.