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Morar na zona rural vira tendência em RP.

Todas as pessoas devem reconhecer que, no mundo, o futuro é urbano. Evidente que a denominada zona rural continuará tendo importante papel na distribuição demográfica e na ocupação do solo em geral.
Mas o grau de urbanização, acelerado com a industrialização – fenômeno mais característico do Brasil da primeira metade do século 20 – continuará aumentando mesmo com o advento da revolução tecnológica e com o surgimento da sociedade de serviços.
Esta realidade, ao contrário, confirmará um fato: muitas famílias trabalharão na cidade mas morarão em residenciais fechados, em propriedades localizadas fora do perímetro urbano.

Mudanças
Exatamente o oposto do que chegou a ocorrer recentemente: pessoas morando na periferia das cidades – quase que um deslocamento das colônias das antigas fazendas para dentro da zona urbana – mas trabalhando na zona rural. Este fato era alimentado sobretudo pelo que se conhecia – e ainda se conhece – como bóias-frias.
Este quadro está mudando. Só que, em vez de se ter as camadas mais pobres – exatamente os bóias-frias – se deslocando da cidade rumo à roça para trabalhar, os mais ricos têm buscado residências distantes dos centros econômicos – comércio, indústria, setor de serviços – não raro em conjuntos construídos em terras localizadas em propriedades rurais mais amplas.
A zona rural tem dispensado a mão-de-obra sem qualificação, substituindo-a por máquinas.
Acentua-se a mecanização das lavouras, liberando trabalhadores que tentam se alocar no amplo setor de serviços urbanos, sobretudo nos de limpeza pública, os situados na indústria da construção civil e em setores de serviços em geral.

Segurança
A zona urbana carece da qualificação e dos capitais financeiros de pessoas de melhor nível intelectual que, por possuírem condições econômicas e recursos pecuniários, buscam a proximidades da zona rural para morar com a família.
O homem mudou-se, no início, para a cidade em busca de segurança. Como ela lhe tem faltado, ele a busca – em vilas, em conjuntos residenciais – na zona rural. É uma espécie de retorno, de volta ao passado. Afinal, ser original é voltar às origens.
Evidente que este deslocamento não tem ocorrido sem custos. E sem investimentos.
Mas, quando se pretende mais segurança dentro da cidade, nada mais correto do que buscar apartamentos adredemente construídos. E com um dado que representa um diferencial: a família brasileira tem diminuído de tamanho.
E sobretudo quando se trata dos mais pobres e também da ampla classe média. Assim, as residências – térreas ou apartamentos – podem ser menores.
Tanto em número de quartos como no que toca às dimensões dos cômodos em geral.
Por isso, pode-se ter uma redução no valor e no custo do condomínio. Mas este é assunto para outro dia.

Vicente Golfeto

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