Ceticismo predomina entre construtores.
Os empresários da construção civil não estão otimistas e se mantêm relativamente descrentes na recuperação do desempenho de suas empresas. É o que mostrou a 22ª Sondagem Nacional da Construção, realizada pelo SindusCon-SP e pela GVConsult em fevereiro, com empresários de todo país.
Segundo a sondagem, a expectativa dos empresários em relação a um melhor desempenho das empresas do setor registrou ligeira elevação (1,5%) em relação a novembro, mas o indicador (38,2) continua muito distante de um desempenho considerado favorável (a partir do nível 50). Portanto, a recuperação da construção apontada pelo IBGE não é abrangente e ainda não está sendo sentida pelo segmento formal do setor.
A análise da percepção do desempenho das empresas por região revela um movimento bastante desigual. Em fevereiro, o resultado foi puxado pelas regiões Nordeste e Sudeste. Por outro lado, nas regiões Centro-Oeste e Sul, houve deterioração no indicador. Junto com a elevação dos juros, as empresas acusaram aumento de suas dificuldades financeiras.
Perspectivas
Como sempre acontece, a melhora no desempenho favoreceu as perspectivas para os próximos meses. Os empresários consultados revelaram uma expectativa melhor que no final do ano, mas como o índice está abaixo de 50, não é possível dizer que estão otimistas.
Ou seja, os empresários ainda se mantêm relativamente descrentes na recuperação do desempenho de suas empresas.
Em linha com a evolução do indicador de desempenho, as perspectivas para os próximos meses deterioraram-se acentuadamente na região Sul. Nas demais regiões houve melhora. No que diz respeito às expectativas para a economia, a sondagem revelou que, em média, a avaliação da política econômica melhorou. Mas foram os empresários do Sudeste e Nordeste que efetivamente se mostraram mais satisfeitos com a política econômica.
As perspectivas de crescimento econômico para os próximos meses estão mais favoráveis em todas regiões, embora no sul o crescimento do indicador tenha sido menos expressivo. Há também uma certa unanimidade nas perspectivas para a inflação: a pesquisa mostrou uma maior confiança do empresário na redução das taxas nos próximos meses, o que não ocorre em relação aos custos setoriais.
São Paulo
Depois de três pesquisas sucessivas acusando uma piora nas perspectivas para os próximos meses, a sondagem registrou uma ligeira melhora da confiança do empresário de São Paulo em relação ao futuro próximo.
O crescimento do indicador foi relativamente tímido. De todo modo, o índice ainda está muito abaixo de 50 e é menor do que o de fevereiro de 2004.
Essa mudança veio com um resultado mais favorável no indicador de desempenho das empresas. Os empresários paulistas também estão mais confiantes em relação à política econômica e às perspectivas de crescimento econômico. Com relação à pesquisa anterior, o resultado não alterou substancialmente.