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Infiltração mancha vista panorâmica e privacidade.

O empresário Antonio Uemir, 56, e sua esposa, a jornalista Maria Helena de Aguirre Miessva, 50, não economizaram tempo para chegar à altura que desejavam.


"Vimos mais de 70 apartamentos, mas, como procurávamos a mais bela vista, foi com esse que ficamos", contam.


A cobertura na Vila Andrade (zona sul) é usada e está em bom estado de conservação, o que fez valer o preço pago, de acordo com o casal.


"A qualidade de vida é a de uma casa, porque a varanda é grande, com churrasqueira e muita privacidade, já que não escutamos os vizinhos", descreve Miessva. "Tenho até um espaço onde faço artesanato."


Mas nem tudo é perfeito nesse espaço elevado. "As desvantagens são o condomínio, que chega a ser três vezes mais caro que o dos outros apartamentos, além de manutenção e limpeza, muito mais trabalhosas", explica o empresário.


"Nem só o conforto é igual ao de uma casa, mas os cuidados necessários também", conclui. As coberturas, por exemplo, são mais suscetíveis a problemas de infiltração.


"A cobertura é a parte mais exposta de um prédio e está sujeita a todas as intempéries", explica o arquiteto Luciano Imperatori. "Eventualmente há problema de infiltração na laje, por exemplo." Trincas e fissuras também são mais comuns, devido à movimentação da estrutura do prédio.


E a manutenção da pintura da fachada nas coberturas mais recuadas, dependendo da convenção do condomínio, é paga apenas pelo dono da unidade.


Famosos


O público que busca esse tipo de imóvel inclui artistas, jogadores de futebol, empresários e profissionais liberais em cargos de chefia ou de renome, listam os incorporadores.


"Ele também vê preço, mas o comprador de uma cobertura é mais exigente, quer exclusividade", analisa Silvio Chimovitz, diretor de incorporação da Klabin Segall.


Ele explica que muitos compradores de cobertura não fogem muito do perfil de quem mora nos pavimentos-tipo, "só que buscam mais espaço".


Os que alugam coberturas também são exigentes: "diplomatas, empresários ou artistas que querem espaço para fazer suas esculturas ou gostam da vista para a cidade", diz Roseli Hernandes, da Lello.


"Eles pagam preços que variam de R$ 9 a R$ 60 por m2, por mês, dependendo da região", dimensiona.

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