Desde 2007 morando com parentes em São Paulo, a fisioterapeuta Maria Eugênia Rossetti Borges, de 27 anos, assinou no dia 1º o contrato de financiamento e irá se mudar para o novo apartamento - localizado na Barra Funda - em novembro. Ela precisou financiar dois terços do valor do imóvel em 23 anos. Porém, como espera crescer profissionalmente, a intenção é quitar a dívida em menos tempo.
A fisioterapeuta faz parte do grupo de pessoas com menos de 35 anos que responde pela maior fatia dos financiamentos habitacionais feitos na Caixa Econômica Federal e que cresce a cada ano. Enquanto em 2000 os jovens representavam 51% dos contratos, hoje eles já respondem por 58,3% das negociações concretizadas no País.
Esse movimento crescente de compra da casa própria pelos jovens está relacionado ao cenário econômico nacional. Há facilidade na obtenção do crédito e melhora das condições oferecidas para a compra do imóvel, como prazos mais longos e taxas mais baixas, segundo análise de Nédio Henrique Rosselli Filho, gerente regional de Habitação da Caixa Econômica. Os empréstimos para habitação feitos pela Caixa atingiram a marca de R$ 47,6 bilhões até setembro. O número é, por exemplo, maior que os R$ 47,05 bilhões emprestados em todo o ano passado e a previsão é fechar o ano em R$ 70 bilhões.
Mas tanta facilidade também podem trazer dificuldade. No caso da fisioterapeuta, a soma do crédito fácil com o mercado imobiliário aquecido lhe impôs um obstáculo: achar um imóvel em um bairro bom e cujo valor coubesse no orçamento. A procura efetiva começou em janeiro, mas o apartamento ideal só foi encontrado depois de seis meses.