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Lançamentos de até 45 m² lideram alta

Expansão do número de imóveis 'compactos' postos à venda foi de 72% ante média geral de 4,8% em 5 anos. Disparada dos preços em SP leva consumidor a optar por unidades menores para morar em áreas bem localizadas.


Os imóveis compactos vêm ganhando importância no mercado imobiliário e lideram a expansão no número de lançamentos na capital paulista em cinco anos, impulsionados pela valorização dos terrenos.


Morar em áreas centrais significa, cada vez mais, abrir mão de espaço. As unidades novas de até 45 m² postas à venda de janeiro a julho deste ano (1.598) tiveram alta de 72,0% na comparação com igual período em 2007, antes do agravamento da crise.


Na média geral, o acréscimo no total de lançamentos foi de apenas 4,8%, de acordo com levantamento realizado pela consultoria Geoimovel a pedido da Folha.


Segundo Celso Amaral, diretor da Geoimovel, a região que tem concentrado esses apartamentos é o Centro, em bairros como Bela Vista, Santa Cecília, Consolação e Liberdade. "Há ainda lançamentos dessas unidades, mas com 'arquitetura sofisticada' em locais como Jardins, Brooklin e Moema", afirma.


Entre as construtoras que têm vendido imóveis menores estão Even, Cyrela e Brookfield Incorporações.

Para João da Rocha Lima Jr., professor titular de "real estate", núcleo da Poli/USP, o mercado "vive um momento de readequação", em que as empresas oferecem produtos mais compactos a um público que antes podia comprar apartamentos maiores.


Essa mudança, diz, é resultado do aumento nos preços dos imóveis -o que ocorreu em todos os tamanhos- em uma velocidade muito superior aos reajustes salariais.


"As pessoas continuam querendo comprar, mas já não têm mais capacidade de adquirir o que podiam. É um 'downgrade', em que os compradores têm menos do que desejam."


Os investidores também estão de olho nesse nicho por causa da facilidade em alugar e vender essas unidades. "Há uma forte procura por esse tipo de unidade e a locação ocorre rapidamente e com um bom retorno", afirma Amaral.

Na avaliação de Marcelo Dadian, diretor da regional paulista da incorporadora e construtora Rossi, a opção por imóveis menores, bem localizados, que "estavam faltando", "é uma tendência", destacando a importância de diminuir o tempo de locomoção. "Já imaginou ganhar três horas do seu dia?"


Segundo Ricardo Laham, diretor de incorporação da Brookfield Incorporações, há cerca de dois anos teve início uma onda de lançamento de produtos voltados para um público que necessita de menos espaço, como solteiros e recém-casados.


"Existe uma demanda por esse segmento com o aumento de renda e as pessoas se tornando independentes financeiramente mais cedo", diz Laham.


ÁREAS COMUNS

Para evitar o sentimento de claustrofobia, as construtoras investem na diversificação das áreas comuns, oferecendo mais do que atrativos básicos como garagem, piscina, churrasqueira, playground e sala de ginástica.


Já é possível desfrutar de "home theater", biblioteca, "home office", salão gourmet e sala "lounge" nesses espaços comuns, além de um serviço de lavanderia. "Passa a ser um prolongamento da casa", afirma Rosane Ferreira, diretora da Cyrela.


O analista de sistemas Marcelo Antunha Guedes, 34, vai desembolsar R$ 310 mil e trocar um apartamento próprio de 84 m² por um de 32,85 m² atraído pelas áreas comuns.


"É como ir para um cruzeiro, não é tão importante o espaço em que se dorme, mas sim a diversão que ele oferece. Além disso, passo pouco tempo em casa", afirma o futuro morador de um empreendimento da construtora Even no Brooklin, bairro na zona sul de São Paulo.


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