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Pode ser o ponto final

Transporte e patrimônio Prefeitura propõe novo traçado para trilhos que pode por fim a novela de desativação no Ipiranga. Ribeirão Preto poderá ter um novo traçado de linha férrea em substituição aos trilhos que hoje cortam o bairro Ipiranga, na Zona Oeste. Os 14 quilômetros de trilhos, desativados, que estão dentro do perímetro urbano, serão trocados por sete quilômetros de área para implantação do novo traçado, por fora da cidade, ao lado do anel viário. Outro ramal, que passa ao lado da Avenida Mogiana, permanecerá em funcionamento.


A assinatura da minuta de permuta, entre a Ferrovia Centro Atlântica (FCA) e a Prefeitura, deve ocorrer na próxima semana. O traçado alternativo, proposto pela Secretaria do Planejamento e Gestão Pública já foi aceito pela FCA. A empresa terá que devolver a concessão ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que repassará a área à Prefeitura. “A FCA gostou muito do traçado, mas também apontou que pode haver outras possibilidades”, disse o secretário do Planejamento e Gestão Pública, Fernando Piccolo.


O assunto já foi discutido em seis reuniões entre a Secretaria de Planejamento, DNIT, Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e os vereadores Evaldo Mendonça, o Giló, e Walter Gomes (ambos do PR). Não há, no entanto, a definição se os trilhos serão retirados ou não. “Queremos que a área dos trilhos seja devolvida para a Prefeitura e incluída em um projeto de mobilidade urbana que ainda será desenvolvido”, disse Giló.


O ex-secretário do Planejamento e diretor de projetos especiais da Prefeitura, Ivo Colichio, que participou das negociações, garantiu que as conversas estão adiantadas e que o DNIT “vê com bons olhos” o projeto. Ele próprio, no entanto, sabe das dificuldades. “Estamos discutindo a parte técnica primeiro. Mas tem a favela no meio. Há muita coisa a resolver no segundo tempo", afirmou Colichio.


A favela fica sobre os trilhos na Avenida Rio Pardo, tem mais de 500 casas e cerca de 20 estabelecimentos comerciais. Mas Walter Gomes disse que a mudança das famílias já está em negociação com o juiz João Donizete Gandini, coordenador do Moradia Legal, programa de desfavelamento.


Moradora quer mudar de local


A comerciante Denise Carla Capeli, 31 anos, é uma das moradoras da favela que está sobre os trilhos, na Avenida Rio Pardo, esquina com a D. Pedro. Além da residência, ela tem um depósito de sucata construído exatamente onde passa o ramal. Os trilhos estão sob o piso cimentado. No núcleo com mais de 500 barracos estão mais de 20 estabelecimentos comerciais.


Denise espera que os trilhos permaneçam no local ou que pelo menos as famílias sejam levadas para outro local. “Os trilhos eles podem tirar, mas precisam deixar as casas ou arranjar um local melhor. Não é por causa dos trilhos que vão tirar meu sonho de ter uma casa", disse . (GS)


ONG defende trem turístico


Além da favela, outro obstáculo a ser transposto será a resistência do Instituto História do Trem, que já tem projetos distintos para os dois ramais que passam pela cidade. Um deles para transporte de passageiros por Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e outro para implantação de um trem turístico, incluindo uma estação cultural e um museu do trem. “Para o uso dos trechos, a FCA tem que devolver os ramais em condições de tráfego, incluindo a remoção da favela, porque foi ela, detentora da concessão, que permitiu as construções no local”, afirmou Denis Esteves, presidente do Instituto. A FCA informou que a empresa tem a prerrogativa de devolver a concessão. (GS)


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