A urbanização da fazenda de 90 alqueires, onde está instalado o Educandário Quito Junqueira, já há quase 40 anos encravada dentro da cidade, está à espera da finalização do Plano Diretor de Ribeirão Preto. A partir daí será feito o seu próprio plano diretor, para loteamentos, sem prejuízo do programa educacional destinado a crianças carentes e com a previsão de amplo espaço destinado a um parque ecológico.
A expectativa é que essa providência seja tomada brevemente, diante da notícia de que o Plano Diretor Municipal está em vias de ser aprovado, afirma o presidente da Fundação Educandário Quito Junqueira, João Paulo Musa Pessoa. “Assim, cederemos às muitas pressões dos que defendem a urbanização da fazenda”.
Esta urbanização já aconteceu em parte, nas últimas décadas. Quando foi adquirida, em 1938, para abrigar o Educandário de menores, a área da oficialmente denominada Fazenda do Morro da Vitória era de 231 alqueires. Ia até a Avenida Saudade, em frente ao cemitério. A entrada era marcada por um pórtico, demolido em 1974.
A época foi pouco posterior à abertura das Avenidas Quito Junqueira, Paschoal Innechi e Paris, depois a Avenida Oscar de Moura Lacerda.
Ao mesmo tempo, o quartel da Polícia Militar. Ali surgiram o Jardim Independência e outras áreas loteadas, incluindo um loteamento industrial feito pela própria Fundação Educandário. Daí sobraram os 90 alqueires. Mais recentemente, cogitou-se aproveitar parte desta área para a instalação do Terminal Rodoviário.
Antes, a cogitação era ali construir o Centro Administrativo Municipal e houve até a Lei 1242/2001, declarando de utilidade pública área de 104 mil metros quadrados com esta finalidade. Por esta lei, que deve prescrever em outubro, quando completar 5 anos, a Prefeitura receberia o amplo terreno como antecipação de doação de área institucional.
“Já estou até cansado de tantas cogitações, que no final não viram nada e acabam prejudicando os nossos planos”, desabafa João Paulo Musa Pessoa.
Agora, ele se manifesta mais otimista. Com o Plano Diretor Municipal indicando as diretrizes, será possível saber como pode ser feito o aproveitamento da fazenda.
“Já houve manifestação do Ministério Público para ali ser implantado um parque ecológico, que seria, segundo as informações, o segundo maior parque da América do Sul”, diz Musa Pessoa.
Carlos Alberto Nonio
Especial para A CIDADE