foto: MATHEUS URENHA
A tecnologia é uma aliada no cotidiano da vida moderna. Hoje, as casas são equipadas com inúmeros eletroeletrônicos. Uma cozinha prática é sinônimo de vários equipamentos: microondas, forno elétrico, cafeteira, lava-louça, torradeira, fritadeira, grill...
Mas isto exige que a instalação elétrica da casa seja bem dimensionada. Os circuitos que alimentam estes equipamentos precisam ter uma capacidade de corrente maior.
“Só o microondas consome 1.500 watts, e deveria ter uma tomada e um disjuntor exclusivo para proteger a fiação”, alerta o engenheiro elétrico, Roberto Teixeira Moura.
Ele comenta que normalmente há apenas um disjuntos para a cozinha e as pessoas vão pendurando novos equipamentos, que consomem muita energia, e não se preocupam em reforçar a rede elétrica.
“A fiação fica com uma capacidade aquém da carga instalada”, diz.
Se a instalação estiver inadequada, com um disjuntor que não protege o fio pode ocorrer um curto-circuito.
Caso a fiação tenha sido muito danificada, às vezes chega a derreter, será preciso trocá-la.
Trocar apenas o disjuntor só vai aumentar o problema, pois ele não irá desarmar, aumentando assim o risco de acidentes. A solução é redimensionar a instalação de acordo com a capacidade necessária.
Um erro comum é tentar sanar a falta de tomadas para plugar todos os eletroeletrônico com a colocação dos chamados ‘tês’, benjamins ou réguas. Na verdade você pode estar criando um problema.
Está gerando um somatório da potência de cada aparelho numa mesma tomada, que nem sempre tem uma fiação compatível. Se todos forem ligados ao mesmo tempo pode acontecer uma sobrecarga.
“Haverá um superaquecimento. A fiação vai se deteriorando. Se ela estiver exposta a algum material que propaga chamas por acontecer um incêndio”, esclarece o engenheiro. Este tipo de distúrbio pode queimar os equipamentos.
Por isso antes de instalar os equipamentos é essencial analisar a voltagem total deles.
Mesmo que a pessoa troque a fiação de vários circuitos pode correr o risco de afetar o disjuntor geral. “Ele vai receber a somatória de todos os aumentos de carga da residência, por isso precisa ser revisto. Caso contrário a casa pode ficar sem energia”, avisa.
Dispositivo
Nas construções mais modernas o quadro de força funciona com seletividade. Há um disjuntor específico para cada circuito, evitando que o problema afete o disjuntor geral e impeça o fornecimento de energia para toda a residência.
Hoje é obrigatório o uso do DR - dispositivo diferencial residual - nas áreas molhadas da casa, cozinha, serviço e banheiros para diminuir o risco de choques graves. Mas o engenheiro ressalta que poucas pessoas sabem disso.
“Quando você pega numa torneira, por exemplo, e sente um formigamento significa que está acontecendo uma fuga de corrente de energia pelo seu corpo, o que já é um choque”, explica Moura.
O dispositivo detecta essa fuga e desarma a instalação, impedindo um choque fatal.
“Quando começa a ocorrer muita queda de energiaalguma coisa está errada, é hora de fazer uma revisão”, alerta Moura.
DICAS
Vistoria do quadro de força pode prevenir problemas
Antes de alugar um imóvel você pode se resguardar fazendo uma vistoria das condições da instalação elétrica. Se for um apartamento antigo provavelmente não há setorização no quadro.
“Era colocado um alimentador tronco que derivava para várias tomadas, ou seja, poucos disjuntores para atender a todos os circuitos”, diz Moura.
O eletricista cita alguns pontos a serem observados.
Comece olhando o quadro de disjuntores e a organização dele. Quanto mais disjuntores, mais setorizada está a rede. Cada equipamento estará protegido por um disjuntor, o que facilita a troca e a manutenção.
“A capacidade do disjuntor deve sempre ser inferior a do condutor”, ressalta.
Revise se os interruptores estão acionando uma pequena quantidade de carga. Faça uma inspeção no estado de conservação das tomadas.
“As mais novas possuem uma proteção adicional, em que a parte metálica não fica tão exposta, diminuindo o risco de choque”, diz.
O engenheiro aconselha contratar um eletricista capacitado para verificar se há problemas ou desgaste na fiação. “Ela pode estar com o isolante ressecado devido ao uso.
O ideal é que a fiação seja trocada com no máximo dez anos”, explica.O profissional poderá checar se há um subdimensionamento da fiação para atender às cargas necessárias.
VALESKA MATEUS