|
Outras notícias

Imóveis devem subir acima da inflação em 2012

Queda no ritmo das vendas, pressão dos custos e atrasos nas entregas de 2011 fizeram empresas reverem suas projeções.

A subida do preço dos imóveis residenciais não vai dar trégua, mas, pelo menos, ficará mais comportada. Empresários da construção e analistas do mercado afirmam que o preço da moradia nas principais capitais do País já atingiu um nível compatível com os novos padrões da economia brasileira.


A estimativa para 2012 é que, ao invés de disparar 27%, como em 2011, os preços médios das habitações subam em um ritmo um pouco acima da inflação, em torno de 10% ao ano, em cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre. Em outras, como Rio de Janeiro, Vitória e Recife, o aumento deve seguir mais forte.


"De maneira geral, o movimento de recuperação do preço dos imóveis já ocorreu, após quase dez anos de estagnação", afirma o presidente da unidade brasileira da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (Fiabci), Basílio Jafet. "Para 2012, a alta deve ficar perto da inflação."


Na avaliação do coordenador de pesquisas imobiliárias do Ibope Inteligência, Antônio Carlos Ruótolo, o aumento anual deve ser bem menor do que o registrado em 2011. "O crescimento chegou a um nível insustentável. Isso já está tornando o preço do metro quadrado proibitivo para a maioria dos consumidores."


A valorização dos imóveis foi impulsionada pelo crescimento do poder aquisitivo e da demanda da população, à medida que mais brasileiros deixavam a pobreza para ingressar na classe média, com melhores níveis de emprego e renda. / C.B.


O setor da construção civil apresentou um crescimento significativo ao longo de 2011, mesmo em meio à pressão dos custos, atrasos nas entregas de projetos e queda no ritmo das vendas de imóveis. Esses fatores forçaram as empresas a diminuir as metas de lançamentos e provocaram uma queda das ações na bolsa.


Depois de toda essa agitação, porém, construtoras e incorporadoras prometem metas menos audaciosas em 2012, com foco na rentabilidade e redução dos níveis de endividamento.


"O novo ano terá metas mais comportadas", disse à Agência Estado o diretor de Relações Institucionais da Gafisa, Odair Senra. Segundo ele, a empresa será mais seletiva em relação aos empreendimentos de que participará, buscando ampliar o controle de custos e a margem de ganhos. "Para isso, vamos nos concentrar nas obras em que nossa experiência é maior", explicou.


A mesma estratégia foi anunciada nas últimas semanas do ano por empresas como Rossi, Rodobens e Cyrela.


"Quando tínhamos a meta de dobrar de tamanho, a seleção (de projetos) não era possível", afirmou o presidente da Rossi, Leonardo Diniz, durante reunião com analistas em dezembro.


No mercado de construção a taxa de crescimento dos lançamentos deve ser de 9% em 2012, uma queda ante a expectativa anterior de expansão de 11% em 2011, prevê o Banco Fator, em relatório.


A redução das perspectivas ocorre após um ano conturbado para as incorporadoras. Um dos principais problemas foi os atrasos nas entregas de projetos, motivados por falhas no planejamento do alto número de lançamentos, prazos maiores para obtenção das licenças e falta de insumos e mão de obra no mercado.


Este último ponto também desencadeou uma pressão muito forte sobre os custos. O Índice Nacional da Construção (INCC) subiu 7,84% nos últimos 12 meses encerrados em novembro. Entre os seus três componentes, a principal elevação foi registrada entre os custos de mão de obra, que cresceram 11,39% no período.


Veja Mais




 

0
|
0