Quem procura um imóvel para alugar na cidade de São Paulo pode se deparar com uma diferença de até 116,58% nos valores cobrados. O porcentual se refere a unidades residenciais localizadas na mesma região e com o mesmo número de dormitórios em bom estado de conservação.
A variação foi identificada em imóveis com três quartos da zona leste-A, que inclui bairros como Mooca, Belém e Tatuapé, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Sindicato da Habitação (Secovi-SP).
Enquanto o preço máximo do metro quadrado na zona leste-A é de R$ 18,41, o mínimo é de R$ 8,50. Isso significa que o aluguel de uma moradia de 70 metros quadrados pode variar de R$ 585 até R$ 1.288,70.
A diferença de preços do aluguel é explicada pela localização, estado de conservação, área de lazer, vaga na garagem e até o valor do condomínio.
De acordo com o consultor do Secovi-SP, Cicero Yagi, os aluguéis mais caros da capital se referem a unidades habitacionais em bom estado de conservação, com vaga na garagem e próximos das estações de metrô, escolas e parques.
Já os mais baratos, que geralmente não têm espaço para guardar o carro, o estado de conservação não é tão bom e a localização é menos privilegiada. “A zona leste é uma região característica com um mercado bem heterogêneo e que tem se desenvolvido bastante. Os imóveis do Jardim Anália Franco são valorizados, já os mais próximos da Marginal Tietê têm preços mais baixos”, diz Yagi.
Mas a grande diferença entre os preços máximos e mínimos da locação não se repete em todas as regiões da cidade. No caso de um imóvel com um dormitório no centro de São Paulo, a diferença encontrada foi de 3,9%. O preço máximo do metro quadrado é de R$ 22,62 e o mínimo, R$ 21,77.
A pesquisa também mostra que o metro quadrado para alugar mais caro da capital para moradias com até três dormitórios está na zona sul-A, em bairros como Jardins, Moema, Higienópolis, Aclimação e Morumbi. Assim, alugar um apartamento de um quarto pode custar R$ 31,16 por metro quadrado. É mais que os preços máximos de imóveis com dois e três quartos, que custam R$ 28,96 e R$ 28,22, respectivamente.
Além da diferença de valores na mesma região, o interessado em locar um imóvel também enfrenta elevação dos preços. Novos contratos fechados em junho registraram alta média de 17,56% no acumulado dos últimos 12 meses.
O índice é bem superior ao reajuste para quem já mora de aluguel e vai renovar o contrato com vencimento em julho. Nesse caso, o reajuste será de 8,65% e se refere a variação do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M).
Demanda x Oferta
O cenário de aluguel mais caro tem relação direta com a grande demanda e pouca oferta de unidades no município. Por isso, a dica para o inquilino é pesquisar e tomar decisões rápidas para não perder um bom negócio.
“Está difícil negociar preço porque tem muita procura”, diz o professor de negócios imobiliários da Faculdade Armando Álvares Penteado (Faap), Ricardo Almeida.
Apesar da preferência por um local específico, é importante levar em consideração bairros vizinhos, onde é possível encontrar espaços com as mesmas características e mais baratos. Outra dica é se cadastrar em imobiliárias nos bairros.
“Temos fila de interessados para todas as regiões da cidade, principalmente em locais próximos de metrô, faculdades e da Avenida Paulista. Há imóveis que nem anunciamos”, diz a diretora da Lello Imóveis, Roseli Hernandes.
Do lado de quem pretende investir no mercado, o conselho dos especialistas é fazer contas e ter cautela. O aluguel pode variar entre 0,4% e 1% do valor do imóvel. Na avaliação de Almeida, conseguir 0,8% é um bom negócio.
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