Até algumas das calçadas chegam a ser divididas por vendedores ambulantes e representantes de lojas e de serviços.
O Centro de Ribeirão Preto é disputado pelo mercado de locações comerciais. Em determinadas áreas, de maior circulação de consumidores, não há vaga para instalar lojas ou qualquer outra atividade comercial. Até calçadas e pequenos espaços dentro de pontos estabelecidos e conhecidos são explorados.
"Para alugar, o Centro está com a capacidade praticamente esgotada", diz Antonio Carlos Maçonetto, coordenador do Grupo Setorial de Imobiliárias da Associação Comercial e Industrial (Acirp). Segundo ele, com a proximidade do fim do ano, as vagas ficam mais raras. "O único problema são os prédios abandonados, que poderiam estar aproveitados comercialmente", diz.
O filão para o comércio está no quadrilátero formado pelas avenidas Jerônimo Gonçalves, Nove de Julho, Independência e Francisco Junqueira. Os comerciantes estão de olho em um público estimado em 3,6 milhões de pessoas que moram em Ribeirão e na região.
Um levantamento realizado pela Acirp indica que 100 mil pessoas por dia circulam entre as quatro avenidas. "Sessenta mil delas usam ônibus na região", afirma Alexandre Caparite, comerciante e ex-diretor da Acirp.
Comerciantes ouvidos pela reportagem apostam que o movimento deve crescer 10% no fim de ano.
A revitalização do Centro está em processo de andamento e foi tema de um debate promovido por A Cidade em 29 de agosto sobre o tema "Revitalização do Centro de Ribeirão Preto". O evento deu sequência à série Debates na Cidade, criada em 2007.
Euclides
Uma prova de que recuperar imóveis antigos dá resultado foi a recuperação do Edifício Padre Euclides, na rua Visconde de Inhaúma. O prédio de 45 anos foi reestruturado em 2003. A estrutura tem três elevadores modernos, porteiro 24 horas, porta automática, mídia eletrônica. O padrão atraiu interessados para os oito conjuntos de 60 metros quadrados disponíveis.
O prédio é ocupado por médicos, dentistas, contadores, despachantes e outros prestadores de serviços. Eles pagam de R$ 500 a R$ 700 mais o condomínio de R$ 300 por conjunto.
O investimento vale a pena. "Tenho consultório há 24 anos no mesmo lugar e, depois da mudança, quando surge uma vaga ela é ocupada rapidamente", explica o dentista Álvaro Dino Pestana Barbosa. Ele diz que 60% dos seus clientes são da região e nem o custo da tarifa de estacionamentos afasta a clientela.