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Boom da construção.

Secretaria de Obras Públicas e Particulares registra aumento de reformas e edificação de imóveis em Ribeirão.



GUILHERME TAVARES

Ribeirão cresce em ritmo acelerado na construção e reforma de imóveis. Neste ano a cidade já registra índice 30% maior na média mensal de área construída. Em 2007, até maio, a cidade cresceu cerca de 495 mil metros quadrados, média mensal de 98.920 metros quadrados. Em 2006, durante todo o ano, Ribeirão cresceu 910 mil metros quadrados, média de 75.901 metros quadrados por mês.

Segundo o assessor da Secretaria de Obras Públicas e Particulares, Antônio Gilberto Pinhata, o aumento reflete a boa fase da economia do país. "O Brasil vive um momento de crescimento na construção civil e Ribeirão Preto segue essa tendência", afirma. Ainda segundo o assessor, a região da cidade que mais cresce é a Zona Sul, principalmente nas imediações da Avenida João Fiúsa, área nobre da cidade, devido ao maior poder aquisitivo dos moradores. No setor industrial, o crescimento também tem sido notado devido ao Distrito Empresarial.

O crescimento das construções revela-se mais forte nos edifícios com mais de quatro andares. No comparativo 2007 contra 2006, o aumento foi de 108% na metragem construída neste ano.

De acordo com o arquiteto Carlos Trocca, essa é uma forte tendência na construção civil por causa do aumento da violência. "O coeficiente de segurança em condomínios verticais é maior, por isso há essa tendência de verticalização", afirma.

As construções já existentes também passam por reformas e ampliações. Em 2006, na média mensal, foram 2.800 metros quadrados de ampliações e reformas nos imóveis já existentes, contra 4.200 metros quadrados em 2007, ou seja, aumento de 49%.

Zeus Meira Júnior, sócio da empresa de construção Conceito Empreendimentos, acredita que o "boom" da construção seja uma realidade no setor porque Ribeirão é uma cidade de comércio e serviços que atende toda a região, por isso está crescendo para ampliar a capacidade de prestação dos mesmos. Ele ainda diz que, só em 2007, sua empresa aumentou 15% nas construções e que a tendência é melhorar. "A maioria das construções que fazemos são apartamentos de classe média, de três ou quatro pavimentos, para aluguel residencial", afirma.

Além disso, o construtor acha que o setor têm tido facilidades em conseguir crédito para financiar as obras e a queda no preço dos materiais de construção também contribuem nas facilidades.

O empresário José Victor Dias, proprietário da construtora J Dias, está um pouco receoso com o mercado. Dias acha que o mercado está aquecido e melhor que 2006, mas que ainda é preciso ter cautela para não aumentar demais as ofertas para os preços não despencarem. "Não podemos ir com muita sede ao pote, precisamos ser cuidadosos".

O delegado regional do Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), Sinésio Donizetti Nunes Rodrigues, confirma o momento positivo que o setor de imóveis passa e diz que o aumento na área construída reflete diretamente no setor de compra e locação de imóveis. "Os preços têm se mantido bons e ainda faltam imóveis para habitação". Ele ainda diz que a procura por imóveis com preços entre R$ 50 mil e R$ 100 mil ainda é muito grande e que faltam construções desse tipo para comercialização.

Para acompanhar o crescimento da cidade, os serviços de infra-estrutura têm que acompanhar o ritmo das obras, principalmente os serviços de água e esgoto. O diretor superintendente do Daerp, Darvin José Alves, afirma que as áreas da cidade que mais estão recebendo investimentos nesse ano são as zonas leste e sul, principalmente o trecho da avenida João Fiúsa. Ele ainda afirma que mais dois novos poços serão perfurados até o início de julho para atender a demanda de abastecimento na região. Darvin diz ainda que não há riscos de sobrecarga na rede de água e esgoto.

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