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Zona Sul atrai novos investimentos.














 

foto: WEBER SIAN
Construtoras e imobiliárias de Ribeirão Preto comemoram: 2007 será um ano de investimentos de peso no setor e a grande vedete, confirmam, continua sendo a Zona Sul. Somente neste segundo semestre, oito empreendimentos, entre edifícios de alto padrão e condomínios de casas, já estão confirmados para essa região da cidade. E se a Zona Sul já era uma região interessante para o empreendedor local desde o final da década de 90, quando os primeiros edifícios da avenida João Fiúza começaram a ser erguidos, a novidade dos próximos anos deverá ser o investimento “estrangeiro”, que começa chegar em maior volume já nos próximos meses.
O grupo Cosil, de Aracaju (SE), vai investir na construção de um condomínio vertical na região da João Fiúza. A cidade é a primeira do interior de São Paulo a ter um empreendimento do grupo. “Nós nascemos há 42 anos e há 12 resolvemos vir para São Paulo. Nos estabelecemos muito bem e entendemos que agora era a hora de investir no interior”, afirma Carlos José Meneses Silva, diretor da Cosil em São Paulo.
Os apartamentos terão 115 metros quadrados, o que Silva acredita ser um diferencial. “Vamos fazer um empreendimento em uma metragem que não existe aqui na região, esse é um dos diferenciais”, declarou o diretor. Segundo ele, outros dois empreendimentos já estão programados para o segundo semestre. “Vamos fazer uma extensa pesquisa em nosso plantão de vendas com nossos clientes. Com base nisso vamos saber como vão ser os próximos investimentos”, disse. A expectativa é que a empresa chegue a um valor geral de vendas (valor a ser potencialmente obtido com a venda de todas as unidades lançadas) de R$ 20 milhões.

Sucesso
Outra empresa de fora que apostou na boa fama da avenida é a Chemin Incorporadora, de São Paulo. Em 2004, a empresa fez o lançamento do primeiro edifício dúplex de alto padrão em Ribeirão Preto. Na noite da festa, realizada na área onde o condomínio seria erguido dois anos depois, um morador do bairro que passeava com o cachorro pela João Fiúza voltou seus olhos para os fogos de artifício e canhões de luz que partiam do terreno. No dia seguinte, comprou uma das duas coberturas do prédio, avaliada na época em R$ 500 mil. “O prédio ficou pronto em dezembro passado. Dos 42 apartamentos, só temos um à venda. Foi um grande sucesso, tanto é que vamos lançar outro empreendimento no terreno ao lado até o final de junho”, declarou Márcio de Souza Nogueira, gerente regional da incorporadora. A empresa já estava há 17 anos na cidade, mas somente há três anos apostou suas fichas comerciais na Zona Sul.

Vendas inesperadas
A efervescência na região é tão grande que fontes ligadas ao setor informaram à reportagem sobre a chegada de um grupo da capital, que teria arrematado lotes comerciais no Jardim Nova Aliança, região do RibeirãoShopping.
A campanha publicitária para o lançamento comercial dos lotes já estava pronta e começaria a ser veiculada em 19 de maio, mas a venda inesperada alterou os planos do grupo de empreendedores que comercializaria os lotes.

Taxas atraentes
A expansão do mercado imobiliário em Ribeirão Preto se expressa em números. A expectativa de João Paulo Fortes Guimarães, sócio-proprietário da Imobiliária Fortes Guimarães, é que neste ano as vendas dobrem.
“As expectativas são muito grandes, não só para o alto padrão, mas para todos os empreendimentos. Eu acredito que vamos ver entrar no mercado de compradores aquela pessoa que pagava aluguel e que vai começar a colocar a prestação do imóvel no orçamento, assim como fazia com o aluguel. A taxa de juros caiu, o prazo de financiamento aumentou. Se antes você tinha que pagar 60% do valor do imóvel durante as obras, isso vai cair para 30%, 20%, o restante pós obra. Isso vai trazer comodidade ao comprador”, afirma.
A empresa comercializa boxes do “Mercadão da Cidade”, que vai ser construído na Zona Sul. Em 30 dias, 90% dos boxes foram vendidos.
Paulo Tadeu Rivalta de Barros, diretor da Habiarte Barc, concorda com Fortes Guimarães. “Com a queda da taxa de juros, o mercado em Ribeirão Preto, que já era bom, vai ficar mais forte ainda. Empresas locais estão investindo e empreendedores de fora estão chegando”, afirma. Ele prepara o lançamento de quatro grandes empreendimentos, três edifícios e um condomínio horizontal, para este ano. A previsão é de R$ 120 milhões em valor geral de venda (VGV).

Expansão generalizada
Mas nem só de Zona Sul vive o mercado imobiliário de Ribeirão Preto. Outra área que cresce é localizada próxima da ‘cidade jurídica’, da avenida Maurílio Biagi e do Novo Shoppping.
Dentro de dois meses, a terceira etapa de um condomínio residencial voltado à classe média será lançado. Os lotes – cerca de 70 - têm aproximadamente 80 metros quadrados e devem custar em torno de R$ 140 mil.
A mesma região chamou a atenção de outra “estrangeira”, a Riwenda Construções e Negócios Imobiliários, de Mogi-Guaçu. A empresa deve lançar, já no próximo mês, um conjunto residencial com 360 lotes. “Ribeirão Preto é uma das cidades mais importantes do Estado de São Paulo e cidade pólo de toda a micror região.
Trata-se de nosso primeiro investimento na região de Ribeirão Preto e com certeza outros virão”, declarou Ivan Garcia de Oliveira, diretor da Riwenda, que preferiu não revelar a expectativa de VGV.

Mercado publicitário também comemora o crescimento
A procura por novos compradores de imóveis gerou reflexos diretos no mercado publicitário. Segundo o diretor da agência de publicidade NW3, José Breda, “o mercado imobiliário está parecendo bolsa de valores. Crescendo todo dia”. A agência tem três campanhas prontas para serem lançadas nos próximos 30 dias em Ribeirão Preto, todas ligadas a empreendimentos localizados na Zona Sul da cidade, dois residenciais e um edifício de alto padrão. Itamar Suave, presidente da Suave Comunicação e Marketing, confirma a tendência. “Começamos uma nova campanha há 15 dias de um lançamento de um edifício no Jardim Paulista”, declarou.
Serão da Suave também as campanhas de lançamento dos empreendimentos localizados na região do Novo Shopping, citados na matéria. A empresa fechou, ainda, parceria com duas grandes agências de publicidade de São Paulo. O acordo tem motivo – grupos de fora da cidade estão vindo a Ribeirão Preto investir em pelo menos dos empreendimentos imobiliários até o segundo semestre e a expectativa é que R$ 40 milhões em VGV sejam gerados em cada um deles.

Falta de infra-estrutura
ainda não barra expansão
Pelo menos durante os próximos anos, a ausência de redes de esgoto na região de expansão da Zona Sul, na direção de Bonfim Paulista, não deve atrapalhar o setor imobiliário. O departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp) está negociando com a Ambient, responsável pelo serviço de tratamento de esgoto no município, para que a empresa faça as obras de extensão da rede, orçadas em aproximadamente R$ 35 milhões. Em troca, a Ambient teria o contrato de concessão para exploração do serviço ampliado – hoje o prazo expira em 2018.
O problema atinge toda a cidade, mas Zona Sul ganha destaque por se tratar de uma área nova do município, onde a expansão de imóveis ocorreu muito rapidamente. “Isso vai ser solucionado em breve, é só o tempo de a prefeitura acertar o convênio com a Ambient. Até lá, ainda vai dar tempo de investir na região antes do anel viário Sul, onde já há infra-estrutura”, declarou João Paulo Fortes Guimarães.
De acordo com a Secretaria Municipal de Planejamento, existem 2.500 novos lotes para casas aguardando o acordo entre Daerp e Ambient. “Se calcularmos quatro pessoas, em média, por lote teremos a previsão de 10 mil pessoas a mais na Zona Sul”, declarou em entrevista anterior à reportagem José Anibal Laguna, diretor do Departamento de Urbanismo da Secretaria Municipal de Planejamento. Para ser concretizado o acordo, o Daerp aguarda um parecer técnico favorável do Ministério Público, que analisa os estudos encomendados pela autarquia à Fundace desde abril. Em caso de aprovação, a prefeitura envia à Câmara um projeto para estender o contrato de concessão com a Ambient, o que só pode ocorrer com o aval dos vereadores. Pela falta de infra-estrutura, apenas 60% do esgoto produzido em Ribeirão Preto chegam até as estações de tratamento: os outros 40% são jogados in natura nos córregos.
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