Com a retomada da economia, a venda de imóveis novos residenciais atingiu 27.558 unidades de janeiro a outubro deste ano na capital paulista, apenas 6,3% a menos do que no mesmo período de 2008, de acordo com a pesquisa divulgada nesta terça-feira pelo Secovi (Sindicato da Habitação) de São Paulo. A previsão é fechar o ano com crescimento de até 3% sobre as 32,8 mil moradias comercializadas no ano passado.
A melhoria dos resultados a partir de maio pode ser creditada ao Feirão da Casa Própria, realizado pela Caixa Econômica Federal, mas decorre principalmente da exposição proporcionada pela campanha de lançamento do programa federal Minha Casa, Minha Vida. "A presença do setor na mídia garantiu a manutenção da confiança do consumidor na superação da crise, com consequente retorno dos compradores aos estandes de vendas", avalia Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.
A recuperação das vendas sobre 2008, no entanto, não foi acompanhada pela produção. Dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio) mostram que o volume de lançamentos apresenta forte queda neste ano. De janeiro a outubro, foram 19.986 unidades, com redução de 31,8% sobre o volume registrado nos dez primeiros meses de 2008. A expectativa é encerrar o ano com 26 mil a 28 mil imóveis lançados.
Os imóveis de dois e três dormitórios representaram 78,3% do total de unidades lançadas até outubro deste ano, o que, segundo Petrucci, está relacionado ao programa Minha Casa, Minha Vida e à disponibilidade de financiamento habitacional.
Para o economista, medidas como o aumento de limite do valor do imóvel a ser financiado, de R$ 350 mil para R$ 500 mil, e a ampliação do prazo das linhas de crédito para 30 anos foram relevantes para a reversão de perspectivas para empréstimos habitacionais.
Locação
O valor médio de locação dos imóveis alugados em outubro na cidade de São Paulo é 8,8% mais alto do que o registrado em igual mês de 2008. Na avaliação do Secovi, se não ocorrer nenhum fato relevante na economia, a tendência é que os aluguéis encerrem o ano com alta de até 9%.