Entre as garantias usadas em contratos de locação, o seguro-fiança responde, em média, por 9,5% no Sudeste, contra 55,5% do tradicional fiador --ainda soberano-- e 27% do depósito-caução, segundo o Secovi (sindicato de construtoras e imobiliárias). Pesquisas de 2002 mostravam que esse recurso aparecia em apenas 6% dos contratos nessa região do país.
O mercado imobiliário vê com bons olhos o crescimento desse tipo de seguro, mas avalia que o produto não deslancha de vez devido a dois fatores: seu valor, de cerca de um aluguel e meio a mais por ano, ainda é considerado alto; e as empresas que o oferecem são muito rigorosas na avaliação do candidato a segurado.
Adilson Neri Pereira, 44, diretor de ramos elementares da Porto Seguro, lista as exigências: "Comprovação de renda, histórico de inadimplência e impontualidade, comprometimento máximo de renda de 35%". Itens como idade, estado civil e tempo de emprego também entram na avaliação. "São informações que dizem respeito à estabilidade", frisa.
Para os locadores, o seguro-fiança representa maior agilidade no momento de receber o capital em caso de inadimplência de um inquilino. "Leva cerca de um mês e meio, contra de seis meses a um ano ou mais em caso de fiador", calcula Roseli Hernandes, 41, gerente administrativa da Lello.
Ressalva, porém, que há uma série de riscos para o proprietário: se a seguradora não for informada em até 60 dias de uma ação de despejo e se o seguro não for renovado anualmente na data certa, por exemplo, a garantia é perdida.
O ator Expedito Araujo, 26, diz que "tira o chapéu" para a alternativa. Há três anos, mudou-se do Rio para São Paulo e não tinha ninguém que pudesse ser seu fiador. "Não houve burocracia, e a aprovação foi rápida", conta.
Outra opção como garantia de locação é um título capitalização pela Sul América. O dinheiro é depositado pelo locatário e só é liberado no fim do contrato, corrigido pela TR mais 3% de juros --funciona como caução.