Gigantes da construção civil, que antes concentravam empreendimentos apenas em capitais ou no litoral, investem agora no interior de São Paulo, de olho nas cidades com maior concentração de riquezas. Em Ribeirão Preto, incorporadoras como a Camargo Corrêa, Rossi Residencial e Cosil devem movimentar o mercado imobiliário em mais de R$ 200 milhões, nos próximos dois anos.
A tendência também é verificada na geração de empregos do setor. No período de 12 meses até junho deste ano, a criação de postos de trabalho com carteira assinada nas cidades do interior cresceu a uma taxa 100% maior que nas nove principais regiões metropolitanas brasileiras, em comparação a 2006. No interior, o emprego teve crescimento de 30,3% (15,6% nas regiões metropolitanas).
Crédito farto, juros em queda, melhoria de renda, expansão do emprego e medidas de desoneração tributária anunciadas pelo governo consolidam o crescimento da construção civil. Segundo o SindusCon (Sindicato da Construção de São Paulo), o crédito habitacional contratado no ano já se aproxima da marca de R$ 7 bilhões, o que representa um crescimento de 67% na comparação com o mesmo período de 2006.
A Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) comprou um terreno de quase 198 mil metros quadrados, no prolongamento da avenida João Fiúza, em RP. É o primeiro investimento da construtora no interior de São Paulo. A aquisição da área foi realizada 100% em dinheiro.
O potencial de vendas – valor geral de vendas (VGV) - do empreendimento é de R$ 130 milhões. As unidades, ainda com formato não definido, serão construídas em 57,2 mil metros quadrados. Os preços deverão variar de R$ 350 mil a R$ 500 mil a unidade.
Já a sergipana Cosil antecipou para este mês o início das obras de um edifício de 20 andares e 80 apartamentos na avenida João Fiúza. É o primeiro investimento da construtora na cidade. De acordo com o gestor de incorporação da empresa, Alexandre de Stéfani, pelo menos metade das unidades já foi vendida. Os apartamentos custam de R$ 253 mil a R$ 298 mil. O empreendimento deve ser concluído no final de 2009.
Outros dois terrenos na Fiúza, com cerca de dois mil metros quadrados cada, também já foram adquiridos pela Cosil. “Provavelmente serão construídos mais dois edifícios”, conta Stéfani. Na fase inicial, a incorporadora sergipana investirá R$ 66 milhões. A estimativa é que os investimentos em Ribeirão Preto gerem 150 empregos diretos e 900 indiretos nesta etapa.
A Rossi Residencial lançou no mês passado o quarto empreendimento em RP. Um condomínio de 64 sobrados geminados, com 132 metros quadrados, está sendo erguido numa área de 23,3 mil metros quadrados do Jardim Botânico. O valor das casas varia de R$ 258 mil a 341 mil. A obra deverá ser entregue em novembro de 2009.
A coordenadora do curso de Administração da Unaerp, Lesley Attadia, explica que o aumento da demanda da construção civil é um dos termômetros indicativos do aquecimento da economia. Segundo ela, o boom do agronegócio, que estimula os setores de serviços e infra-estrutura, também atrai investimentos imobiliários.
DA REPORTAGEM