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Donos de imóveis usados de alto padrão baixam preços.

Apesar da alta, em março, na comercialização de imóveis usados na cidade de São Paulo --30,63% sobre fevereiro, segundo o Creci-SP (conselho de corretores)--, a venda dos que custam mais de R$ 500 mil segue com dificuldades devido à crise. Para aumentar a velocidade dos negócios, proprietários definem preços mais baixos e oferecem descontos.


Com readequações que beiram a faixa de 5% de abatimento e até reduções de R$ 100 mil no preço de oferta, como apurou a Folha em imobiliárias da capital, o momento aparece como oportunidade de negociação, indica Feliciano Giachetta, consultor e diretor da FGi Negócios Imobiliários.


Bens na faixa além de R$ 500 mil costumam demorar mais para serem vendidos pelo próprio caráter do imóvel, que não costuma ser o primeiro nem do vendedor nem do comprador.


"Não há necessidade dessa compra", afirma Guilherme Ribeiro, diretor de seminovos da imobiliária Fernandez Mera.


Outra questão é que, dentre os proprietários desses imóveis, é comum a presença de comerciantes e empresários, que veem na venda do bem um modo de captação de dinheiro para seus investimentos -o que os torna menos resistentes a oferecer abatimentos.


"O fator determinante para a venda nem sempre é o preço, e sim a necessidade de investimento em seu negócio", pontua José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP.


Adequação


Um novo fator também teve reflexos nos preços: a mudança nas regras de empréstimo com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que elevou o valor-limite do imóvel a ser financiado de R$ 350 mil para R$ 500 mil.


"O dono recua em relação ao valor pedido em imóveis próximos dessa faixa de preço para entrar na categoria", diz Lucas Penteado, diretor de expansão da Pronto!, braço de usados da imobiliária Lopes.


Para ter certeza sobre a oportunidade apresentada, Viana recomenda atenção: "Um desconto sobre o preço pedido pode não ser uma redução no preço real do imóvel". 


CRISTIANE CAPUCHINHO

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