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Câmara declara Oscar Niemeyer patrono da arquitetura










Bruno Stuckert/FI
O arquiteto Oscar Niemeyer


A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou na última quarta (9) o projeto de lei 3407/00, da deputada Luiza Erundina (PSB-SP), que declara o arquiteto Oscar Niemeyer patrono da arquitetura brasileira. Como tramita em caráter conclusivo, a proposta seguirá agora para apreciação do Senado Federal.

Segundo a autora da proposta, o gênio criador e a liberdade plástica de Oscar Niemeyer ultrapassaram as fronteiras. O relator da matéria, deputado Alexandre Cardoso (PSB-RJ), apresentou parecer favorável ao projeto.

No dia 19 de março de 2003, Niemeyer esteva na Câmara para receber a Medalha do Mérito Legislativo, condecoração oferecida pelos deputados a brasileiros ilustres. Em dezembro, a Câmara realizou uma exposição sobre sua vida e obra. No corredor de acesso ao Plenário Ulisses Guimarães, foi montada a exposição "Presença de Niemeyer", com fotos de vários momentos do arquiteto na Câmara, e outra, com desenhos e croquis do arquiteto.

Pelo mundo

O carioca Oscar Niemeyer Soares Filho nasceu em 1907 e formou-se em 1934 pela Escola Nacional de Belas Artes. Naquele ano, começou a trabalhar no escritório de Lúcio Costa, a quem substituiu na coordenação do grupo que desenvolveu os estudos de Le Corbusier para o edifício-sede do Ministério da Educação e Saúde, hoje palácio Gustavo Capanema, no Rio.

Naquela década, apresentou ao país uma de suas obras mais admiradas ainda hoje: os edifícios da Pampulha, em Belo Horizonte, idealizados a pedido do então prefeito da cidade, Juscelino Kubitschek.









Vailton Silva Santos/FI
Fachada da igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha, em Belo Horizonte


A partir dessa obra começa a se afastar da influência de Le Corbusier e abandona o ângulo reto em favor das linhas curvas. Entre seus projetos importantes nesse período estão o Palácio do Itamaraty (1943), a nova sede da Organização das Nações Unidas e o conjunto do parque Ibirapuera, obra comemorativa do quarto centenário da fundação de São Paulo.

Brasília

Convidado pelo agora presidente da República JK para elaborar o projeto para a construção da nova capital do Brasil, Niemeyer sugeriu, em 1956, a abertura de um concurso nacional para o plano geral da cidade, vencido por Lúcio Costa.









Eduardo Knapp/FI
Fachada do edifício Copan, no centro de São Paulo, o mais famoso do arquiteto na cidade

Niemeyer ficou com os projetos da Catedral, das cúpulas côncava e convexa do Congresso Nacional e das colunas dos palácios da Alvorada, do Planalto, da Suprema Corte, do Itamaraty e da Justiça.

Os projetos de Niemeyer estão presentes nos cinco continentes. Entre os mais importantes, destacam-se o Museu de Caracas, na Venezuela; a sede do Partido Comunista em Paris (França); a sede da Editora Mondatori, em Milão (Itália); a Universidade de Constantine, na Argélia; e o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Rio de Janeiro, que foi considerado um dos dez prédios mais importantes do século passado, segundo a revista World Architeture. 

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