INVESTIMENTO Iniciadas em julho, as obras de futura concessionária Fiat ajudam a ocupar antigos prédios vazios na região da Rotatória Amin Calil
A possível solução das enchentes no cruzamento das avenidas Francisco Junqueira e Jerônimo Gonçalves, que se tornou uma questão imperativa para o município, vai mudar o panorama imobiliário da região central de Ribeirão Preto. Em especial, na área da rotatória Amin Calil, pólo atrativo de grandes âncoras comerciais nos últimas anos.
O mais novo empreendimento de peso, uma concessionária de automóveis, está sendo erguido na rotatória, no terreno onde funcionou uma loja de móveis e eletrodomésticos. O prédio fica ao lado da Santa Emília, outra grande concessionária de veículos novos e usados. Três redes de supermercados - Gimenes, Savegnago e Carrefour - também disputam clientes na área.
O cenário daquela região, que há poucos anos sugeria o abandono, de ermo passou a opção barata e passível de aposta para grandes grupos comerciais.
Para especialistas, o fenômeno da valorização certamente vai acontecer naquela área. A condição para que isso ocorra está na solução do problema das enchentes.
Na opinião do vice-presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóvies em Ribeirão Preto (Creci), Walter Alves de Oliveira, “o grande puxa os pequenos”. Para ele, as âncoras comercias têm grande poder econômico e acabam atraindo, para a região onde se instalam, outros investimentos menores e a conseqüente valorização imobiliária.
Segundo Oliveira, a composição de grandes empresas na rotatória, aliada à solução das enchentes na confluência do córrego Retiro Saudoso e do ribeirão Preto, podem triplicar o valor imobiliário daquela região.
“Hoje, nas avenidas, o valor do metro quadrado varia de R$ 200 a R$ 350. Já nas ruas adjacentes, a média é de R$ 100”, disse.
O arquiteto e urbanista Jorge Valente também acredita no potencial da Amin Calil e cita a revitalização do Centro como uma das características que podem ajudar a valorizar a área.
“O aumento da segurança na área central e a chegada das grandes empresas da rotatória, principalmente os supermercados, são elementos importantíssimos para o desenvolvimento da região. Porém, só o fim das enchentes vão garantir pleno crescimento”, conta.
Valente, que é sócio de uma imobiliária, afirma que uma pequena valorização já atinge imóveis residenciais e de uso misto, em boas condições, localizados em ruas proximas à rotatória, em bairros como Campos Elíseos, Vila Tibério e o próprio Centro.
Dois projetos apresentam soluções para as enchentes
Especialistas afirmam que o fim das enchentes no cruzamento das avenidas Jerônimo Gonçalves e Francisco Junqueira pode desencadear um “boom” imobiliário na região.
Para o vice-presidente do Creci/RP, Walter Alves de Oliveira, “o mais importante é que a discussão deixou de ser política e avança para uma solução prática”.
Duas propostas estão sendo estudadas pela Prefeitura. A primeira opção, que tem apoio do Conselho Municipal de Urbanismo (Comur), prevê o alargamento em mais seis metros dos canais dos córregos ao longo das avenidas Francisco Junqueira e Jerônimo Gonçalves, projeto que inclui a retirada das Palmeiras Imperiais.
A segunda opção é a construção de uma galeria subterrânea, de dez metros de largura por três de altura, que se estenderia paralelamente aos canais já existentes e que só receberia água em caso de cheias. O projeto não modificaria a paisagem do centro histórico de Ribeirão Preto.
Seja qual for a solução adotada pela administração, a execução das obras será dividida em três etapas.
A primeira delas corresponde a um trecho que vai da rotatória Amin Calil até a rua Mariana Junqueira. A intervenção total nos canais será feita no trecho que vai da rotatória até a rua Primo Tronco, na Vila Virgínia.
ALEXANDRE CAROLO
Especial para A CIDADE - 11/08/07