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Volume de crédito imobiliário já supera todo o ano passado.

Os financiamentos imobiliários com recursos da poupança atingiram 18.428 unidades em agosto e somaram R$ 1,8 bilhão, novo recorde mensal de operações. No acumulado do ano, até agosto, o total de contratações, tanto em volume quanto em unidades, já superou o resultado final do ano passado, segundo a Abecip (associação das entidades de crédito imobiliário).


Entre janeiro e agosto de 2007, o volume de operações chegou a R$ 10,3 bilhões, com 117.237 unidades financiadas. Ao longo de 2006, as contratações somaram R$ 9,34 bilhões, em 113.873 unidades. O montante financiado nos primeiros oito meses deste ano cresceu 73,7% em relação ao mesmo período de 2006, quando foram emprestados R$ 5,9 bilhões.


Nos últimos 12 meses, até agosto, o total contratado alcançou R$ 13,7 bilhões, superando em 73,6% o volume registrado nos 12 meses anteriores. Quanto à quantidade de imóveis, elevou-se a 157.890 o número de unidades financiadas nos últimos 12 meses, com avanço de 58% em relação ao mesmo período anterior.










Matuiti Mayezo/Folha Imagem
Segundo entidade do setor, Brasil despertou para o mercado de crédito imobiliário
Segundo entidade do setor, Brasil despertou para o mercado de crédito imobiliário

"O Brasil despertou para o mercado de crédito imobiliário, que cresce junto com a economia. Só o valor de financiamentos de agosto, de R$ 1,8 bilhão, supera todo o ano de 2002, quando praticamente não existia o financiamento habitacional", explica Osvaldo Correa Fonseca, diretor geral da Abecip.


Segundo ele, a concorrência entre os bancos, que conseguiram maior segurança nas operações com mudanças na legislação a partir de 2003, alongou os prazos e reduziu as taxas de juros.


"Antes, as pessoas preferiam pagar aluguel do que pagar um imóvel. Hoje, a prestação de compra é equivalente a de um aluguel", diz Fonseca. Ele explica que se antes, era necessário comprovar renda familiar de 14 salários mínimos para conseguir um financiamento de R$ 100 mil, atualmente, a exigência é de seis salários mínimos. "Isso não quer dizer que a renda aumentou, mas que as condições de financiamento de flexibilizaram", diz.


Segundo a Abecip, os sucessivos recordes registrados nos financiamentos imobiliários com recursos da poupança sinalizam volume de contratações em 2007 de R$ 15 bilhões e 160 mil unidades financiadas.


Para Fonseca, nem a crise hipotecária nos Estados Unidos deve interromper a trajetória positiva do mercado imobiliário brasileiro, por operar em moldes diferentes do sistema americano.


"Fica no ar que o mercado americano precisa fazer algo, como o Fed [Federal Reserve, o banco central dos EUA] fez ontem, reduzindo a taxa de juros. Os bancos precisam renegociar suas dívidas. Mas, aqui, só com dados de recursos da poupança vamos muito bem. Há que crescer muito ainda para termos necessidade de operar no mercado secundário", avalia Fonseca.


Captação


A captação líquida de recursos por intermédio dos depósitos de poupança também teve desempenho positivo, conforme a entidade. Em agosto, os depósitos superaram os saques em R$ 2,4 bilhões --número inferior, neste ano, apenas ao de julho, de R$ 2,7 bilhões. E a captação líquida foi elevada a R$ 11 bilhões nos primeiros oito meses do ano.


Desta forma, o saldo total das cadernetas de poupança chegou a R$ 168,7 bilhões, superando em 24,5% o saldo de R$ 135,6 bilhões registrado em agosto do ano passado.


19/09/07 - DEISE DE OLIVEIRA

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