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Consórcio ganha terreno na classe média.

EDSON VALENTE

A participação do consórcio no plano de quem vai comprar um imóvel cresceu 13% nos últimos cinco anos, na comparação com o financiamento pelo SFH (Sistema Financeiro da Habitação), segundo dados do Banco Central.

As duas formas de compra atraem públicos com objetivos diferentes. Quem tem pressa para se mudar escolhe o financiamento, a não ser que tenha capital para dar um lance no consórcio e obter o crédito nos primeiros meses.

O que pesa a favor do consórcio é que, em alguns casos, gasta-se menos com encargos financeiros do que quando se contrata um financiamento no banco. Por outro lado, o comprador pode esperar anos pelo crédito.

O consorciado depende da sorte para não receber o dinheiro apenas no fim do prazo. "Se for sorteado muito tarde, será a pior poupança de sua vida", crava Roy Martelanc, 44, professor de administração financeira da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. "Se der um lance ou for sorteado logo, equivalerá ao melhor dos financiamentos."

João Crestana, 51, vice-presidente de incorporação imobiliária do Secovi-SP (sindicato de construtoras e imobiliárias), lembra que, na hora de escolher a forma de aquisição, é preciso pesar uma eventual despesa de aluguel.

Nessa lógica, quem mais busca consórcio é a classe média. "Ela consegue pagar o aluguel e a parcela. Classes mais baixas não, por isso partem para o financiamento bancário", diz Miguel de Oliveira, vice-presidente da Anefac.

"O consórcio é muito usado para a aquisição do segundo imóvel e da casa na praia", adiciona.
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