Investir em lotes imobiliários em vez de comprar e revender imóveis prontos é uma prática que tem ganhado força no interior de São Paulo. Aos que comercializam os lotes, não há melhor negócio. Acadêmicos especializados em investimentos, no entanto, alertam que há alguns riscos - maiores do que o investimento em imóveis prontos - na modalidade de aplicação.
Tanto os defensores quanto os que não confiam tanto na alternativa de investimento ponderam que, em primeiro lugar, é preciso saber escolher onde comprar o lote.
“É necessário que se faça uma análise do lugar para tentar prever se haverá ou não valorização na região”, diz Sérgio Pereira, diretor da empresa Vallor Urbano, especializada na urbanização de áreas residenciais.
Ele pontua, por exemplo, a região da Nova Jundiaí como área de potencial valorização. “Há uma expectativa de crescimento industrial na Nova Jundiaí. Isso sinaliza que a região terá valorização imobiliária”, completa.
O professor de finanças do Insper, Ricardo Almeida, diz, no entanto, que ter noção de perspectiva de crescimento não é para qualquer um. “É especulação.”
Pereira rebate dizendo que historicamente a valorização de lotes é maior do que 30% em termos reais. “Há casos em que o lucro ultrapassa 150%”, insiste. A valorização da área, diz Pereira, depende de vários fatores.
Além da localização, outros pontos como o padrão do loteamento, a infraestrutura da área em que se encontra e os tipos de casas que serão construídos devem ser analisados pelo investidor.
Como investir - Há ainda duas formas básicas de investir em lotes que são: a compra e a venda do lote, ainda vazio; ou a revenda do lote já com a casa construída. “Nesse caso, arquitetos, que podem elaborar uma casa bem diferente, ou quem têm descontos para a compra de materiais de construção podem ter bons lucros”, admite Almeida.
Ter atenção se o empreendimento em que está se comprando o lote está em dia com impostos ou outras burocracias também é de extrema relevância.
“Isso para não correr o risco de efetuar a compra de frações de terras, que são, na realidade, fruto de ocupações irregulares, vendidas ilegalmente”, detalha o diretor da Vallor Urbano.
O especialista explica que, em seguida, é importante checar na prefeitura se o empreendimento está com todas as licenças válidas. “Tanto o cartório, quanto a prefeitura, tem obrigação de fornecer estas informações”, detalha Pereira.
O diretor da Vallor Urbano frisa ainda que, normalmente, as empresas sérias do setor oferecem esse tipo de informação.