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Espaço limitado

Dificuldade de expansão Trabalho de revisão de lei do Plano Diretor aponta que Ribeirão tem poucas alternativas de crescimento.


Ribeirão Preto não tem hoje muitas alternativas de expansão urbana. A constatação nem é muito nova, mas volta a ser vista no momento de revisão da lei 2.157, de janeiro de 2007, que disciplina o Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo. A zona Norte está no limite. Na Oeste a cidade tem pouco espaço entre a cidade e o campus da USP. A zona Leste espera por definições. Sobra espaço na zona Sul, onde as áreas são mais valorizadas.


"Ainda há espaço na zona Noroeste, mas o terreno é muito acidentado. Há declive e, por isso, dificuldades com a rede de esgoto. Mas é uma alternativa" diz o engenheiro Paulo Pousa Mihaleff, chefe da Divisão de Uso e Ocupação do Solo, da Secretaria do Planejamento e Gestão Pública (Seplan), responsável pela coordenação do trabalho de revisão da lei, a mais importante do Plano Diretor.


Segundo Paulo Mihaleff, o projeto de revisão da lei está praticamente pronto. Para a conclusão faltam apenas a finalização dos estudos sobre a zona Leste e do entorno da Mata de Santa Tereza. Na Leste, há restrições de edificações, em função do aquífero Guarani. "Mas ainda não há decisão sobre as medidas a serem tomadas", diz


No entorno da mata Santa Tereza os técnicos ainda discutem como disciplinar futuras construções. "Há uma hidrologia muito rica no local e as Áreas de Preservação Permanente (APPs)", afirma Marisa Palomares Accardo, diretora do Departamento de Urbanismo da Seplan. Ela também informa que deve crescer muito a área de preservação na região.


O projeto de revisão já tem cerca de 40 páginas e foi elaborado durante todo o ano de 2009. "São mudanças pontuais, porque a lei é boa. Precisa apenas de aperfeiçoamento, porque a cidade é dinâmica", explica Paulo Mihaleff.


Para José Batista Ferreira, diretor regional do Sindicato da Indústria da Construção Civil, a falta de espaço é reflexo do planejamento deficiente da cidade. "A Prefeitura precisa ter um setor específico para pensar a cidade, planejar", afirma.


Batista diz que os secretários responsáveis pelo trabalho têm demandas diárias e não sobra tempo para planejamento de longo prazo.


Comur não foi ouvido sobre revisão


O Conselho Municipal de Urbanismo (Comur) ainda não foi ouvido a respeito da revisão da lei 2.157. Paulo Mihaleff diz que o projeto será enviado aos conselheiros assim que estiver pronto. Também serão feitas audiências públicas para a discussão das mudanças.


O coordenador da Câmara de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo do Comur, Mauro Freitas, afirma que o conselho já solicitou o agendamento de reuniões para discutir a revisão, mas ainda não foi atendido. "Tudo indica que esta é uma tática para desmontar o Comur e transformá-lo no Conselho da Cidade", diz Mauro Freitas.


Para ele, a preocupação é o Conselho ser ouvido apenas depois que está tudo pronto. "Aí vão dizer que a Secretaria do Planejamento consultou todos os segmentos. Entendo que algumas coisas são internas, mas a lei tem que ter caráter participativo da população. Isso é regra do Estatuto das Cidades", explica. (GS)

 


Gazeta de Ribeirão - 17/02/10

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