|
Outras notícias

“Parte nobre” da zona sul de RP está acabando

Nicola Tornatore

A zona sul, a preferida para morar de dez entre dez moradores de classe alta de Ribeirão Preto, está acabando. Literalmente falando, a parte nobre da zona sul, aquela localizada dentro dos limites do Anel Viário, não tem mais grandes áreas disponíveis, provocando uma espécie de “corrida” no mercado imobiliário, com empreendedores e incorporadores apostando no sucesso da comercialização dos projetos que completam a urbanização do pedaço de terra residencial mais caro da cidade.
“Está acabando”, comenta Walter Alves de Oliveira, vice-presidente estadual do Creci-SP (Conselho dos Corretores de Imóveis) e conselheiro do Cofeci (Conselho Federal dos Corretores de Imóveis). Ele recorda que esse pedaço da zona sul ficou muito tempo ocioso. “Não havia interessados (em investir). Antes da chegada do RibeirãoShopping você tinha boa parte do Alto da Boa Vista e do Jardim Canadá para serem ocupados. O primeiro marco é o shopping. O segundo, mais recente, foi o Colégio Santa Úrsula. Com o prolongamento da avenida João Fiúza e a implantação de condomínios horizontais fechados de alto padrão, criaram-se as condições necessárias para o surgimento dos novos bairros que estão sendo agora lançados”, comenta.
“Não adianta querer inventar, a classes média e alta querem morar perto de suas opções de lazer, próximo das escolas dos filhos”, analisa.
Com o esgotamento das áreas disponíveis na zona sul dentro do anel viário, Oliveira prevê para breve uma acelerada expansão de empreendimentos residenciais além da SP-333 (anel viário contorno sul). “A João Fiúza deve passar por um túnel embaixo do anel viário, seguindo em direção a condomínios como o Country Village e o Firenze. O túnel já está inclusive pronto. Esse é o futuro da zona sul”, avalia.
Esgotamento - Antonio Carlos Maçoneto, vice-presidente da Associação das Administradoras Imobiliárias de Ribeirão Preto, também vê o esgotamento da parte mais “nobre” da zona sul, dentro dos limites do anel viário. “Era a última área que tinha sobrado”. Segundo ele, ainda existem terrenos não ocupados, mas todos já comercializados com empreendedores do ramo.
“Do lado de lá do anel viário já temos vários condomínios fechados e outros em fase de lançamento. Ainda vamos chegar em Cravinhos”, brinca Maçoneto.
Oliveira, do Creci, comenta que com o fim dos terrenos na zona sul a atenção do mercado imobiliário deve se voltar também para um trecho disponível na zona sudoeste, nas imediações do Hospital Psiquiátrico Santa Tereza. “Não são terras tão valorizadas quanto as da zona sul, mas a tendência é de serem ocupadas por empreendimentos de padrão cada vez mais elevado. Vai ser no futuro uma opção para quem não encontrar seus imóveis na parte nobre da zona sul, cuja urbanização está sendo completada agora”, destaca Oliveira.

Alto padrão chega aos edifícios baixos
Com 600.00 metros quadrados, o equivalente a sessenta quarteirões, o Bosque das Juritis (uma espécie de pássaro) é a última grande área na zona sul dentro dos limites do anel viário. Uma parceria entre as construtoras Perdiza Villas Boas e CP Construplan deu origem à Perplan Empreendimentos e Urbanização, que projetou para a área o novo bairro.
Já existem casas em construção em vários condomínios fechados e um edifício de alto padrão da construtora Pereira Alvin deve ser entregue em dezembro deste ano.
Mateus Leoni, da Perplan, explica que o bairro tem em seu projeto áreas específicas para edifícios altos (nas avenidas, especialmente no prolongamento da João Fiúza) e baixos (até cinco pavimentos, de alto padrão, exclusivamente residencial, nas ruas internas), corredores comerciais e condomínios horizontais fechados. Os condomínios Manacás e Magnólias já têm casas em obras - o Village Monet deve ser liberado dentro de alguns meses. E várias construtoras (como Chemin Corp, Rossi, Arco, Enoque e Pereira Alvin, entre outras) estão erguendo edifícios de apartamentos de diferentes estilos.
Leoni acredita que um dos destaques do novo bairro deverão ser os prédios de no máximo cinco pavimentos. “Esse modelo já é um sucesso em São Paulo, onde o m2 em edifícios de até cinco pavimentos custa mais que em edifícios altos de acabamento equivalente”, comenta. Ao contrário dos “predinhos” sem elevador, de baixo ou médio padrão de acabamento, que foram a “coqueluche” do mercado imobiliário na década de 90, os “novos” edifícios baixos são de alto padrão, com garagens no subsolo e elevadores. “Fizemos um planejamento urbano pensando na qualidade de vida e na tranqüilidade dos futuros moradores. Os prédios não podem estar encostados uns nos outros, devem ter recuo de pelo menos cinco metros, exclusivamente para jardins, e estão localizados em trechos estritamente residenciais”, comenta Leoni.
A Perplan Empreendimentos e Urbanização estima que nos próximos dez anos o bairro vá receber investimentos de mais de R$ 1 bilhão. As projeções indicam que, quando estiver totalmente urbanizado, o bairro terá cerca de 20 mil moradores.
0
|
0