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Inquilinos satisfeitos acatam aumentos.

Mesmo com reajustes acima do esperado, alguns locatários não reclamam na hora de renovar o contrato. Foi esse o caso do designer André Arruda, que teve seu aluguel reajustado em mais de 20% no começo do ano, depois de três anos sem nenhuma alteração de preço.


"Preferi não negociar e pagar o valor pedido. Gosto muito de onde moro e a relação custo/ benefício mesmo com o aumento é muito boa", comenta Arruda. Ele aponta a proximidade do metrô como um dos grandes diferenciais do local.


Foi também pela proximidade do metrô que o enfermeiro Filipe Rocha aceitou o aumento de 30% em seu contrato de locação, que também estava sem nenhum tipo de revisão havia três anos.


"O proprietário queria aumentar ainda mais, mas falei que mais do que isso não daria para pagar. Fiquei feliz por ele ter aceitado a minha contraproposta", argumenta.


Mesmo com R$ 300 a menos por mês no bolso, ele acredita ter feito um bom negócio.


"Eu não queria sair daqui", sentencia Rocha. "O prédio não é novo, mas está em ótimas condições. Acho que ele aceitou por eu pagar sempre em dia e por manter o apartamento em bom estado."


Negociação


Para Rosely Hernandes, gerente de locação da Lello Imóveis, locador e locatário devem estar satisfeitos depois de negociar a renovação.


"É importante os dois lados terem bom senso. Se o imóvel não sofreu nenhum tipo de reajuste há mais de dois anos, o preço está defasado", frisa.


Se há dúvidas sobre o valor a ser pago após a revisão, uma dica é comparar com o que os vizinhos estão pagando.


"Muitas vezes há um descompasso entre a expectativa do preço do inquilino e o valor de mercado. Por isso vale a pena se informar com quem mora perto", explica Hernandes.


Outra dica da gerente é flexibilizar as expectativas acerca do imóvel a ser locado.


"Abra seu leque de opções. Se o apartamento precisa de uma pintura, pode-se combinar com o proprietário um abatimento na mensalidade", sugere.


Também é importante começar a procurar um imóvel para alugar com pelo menos dois meses de antecedência. "Assim, dará tempo de procurar sem pressa e olhar tudo o que for interessante."


Zona oeste


Na opinião de Lucio Mugnaini, dono da imobiliária Tufik Nifiara, os interessados em alugar um apartamento na Pompéia, em Perdizes ou no Pacaembu (todos na zona oeste) vão ter que continuar desembolsando cada vez mais.


"Em um prédio usado de dois dormitórios, com uma vaga na garagem e área útil de 50 m2, o custo é de R$ 1.100 mensais, só com aluguel. Em um novo, o valor é R$ 1.500", afirma.


"Com os financiamentos ficando cada vez mais caros, o natural é a volta para o aluguel mesmo", opina.


MARIANA DESIMONE
colaboração para a Folha de S.Paulo

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