Rumo à Zona Oeste.
Região deverá impulsionar crescimento de RP nos próximos anos a partir de loteamento da Fazenda Conquista.
A Zona Oeste se prepara para ser o próximo vetor de crescimento de Ribeirão Preto. Primeiro, por causa da implantação do Parque Tecnológico, que irá ocupar 1,1 milhão de metros quadrados, sendo 300 mil em terreno da USP e 800 mil na Fazenda Conquista, em lote próximo à universidade. Em segundo lugar, um projeto dos próprios donos da fazenda, que possui uma área de cerca de 1.600 hectares - 16 milhões de metros quadrados -, promete transformar a região numa das mais nobres e disputadas da cidade.
Hoje, a propriedade, cujo tamanho equivale a 2.286 campos de futebol de 100 metros de comprimento por 70 de largura ou a 105 parques Curupira (Luiz Roberto Jábali), produz cana. Seus domínios margeiam, dos dois lados, a Rodovia Atílio Balbo, que liga Ribeirão a Sertãozinho, e parte dos anéis viários Sul (Rodovia Antônio Duarte Nogueira) e Norte (Rodovia Alexandre Balbo). Mas, dentro de uma década, terá poucos elementos que lembrem a agricultura. A proposta é implantar, ao longo de toda sua extensão, um loteamento misto, com residências de vários padrões, estabelecimentos comerciais, indústrias e instituições públicas, como escolas e hospitais.
Os maiores empreendimentos, no entanto, serão capazes de impresssionar pela beleza e estrutura, segundo os coordenadores da elaboração do projeto. De acordo com eles, Ribeirão Preto terá dois dos maiores parques verdes do Brasil, com mais de 1 milhão de metros quadrados cada, ao longo de dois afluentes do Córrego Laureano, que atravessam a Conquista (veja quadro nesta página). Para efeito de comparação, o Parque Curupira ocupa uma área de 152 mil metros quadrados.
A transformação da Conquista em loteamento está sendo conduzida pela Consurb, uma empresa paulistana especializada em planejamento imobiliário. Foi fundada por Alberto Krähenbühl, pai do atual secretário estadual da Habitação, Lair Krähenbuhl, que é um dos sócios. Há mais de 40 anos mercado, já implantou projetos de grande porte em capitais como São Paulo e Curitiba. Mas seu fundador sonha alto. "Vamos fazer em Ribeirão a melhor realização da história da empresa", afirma Alberto. "Será um negócio extremamente amplo".
Segundo ele, a Fazenda Conquista "vai ser transformada, talvez, na área mais nobre de Ribeirão Preto". Mas ele explica que o otimismo tem pés no chão. "Toda a área da fazenda vai ser loteada, só que aos poucos. É um projeto para dez anos. Não dá para saber se o mercado iria absorver tudo de uma só vez", afirma. Uma consultoria norte-americana participa como parceira da iniciativa.
Em Ribeirão, a Consurb contratou um projetista local, o arquiteto Silvio Contart, da Contart & Takano Arquitetura e Urbanismo, que já elaborou o Master Plan, um planejamento global para a área, mas sem a divisão por lotes. Por isso, ainda não se fala em previsão de investimentos.
"A idéia é um mega projeto. Os estudos apontam para a ocupação em etapas, com várias tipologias de construção", diz o arquiteto. O desafio será adequar o loteamento às exigências urbanas. "Como a área é muito grande, temos que pensar na cidade como um todo, na implantação dos coletores de esgoto, na chegada do transporte público até lá, na questão ambiental e na retenção de água das chuvas, através da definição de barragens e bacias de contenção", completa o arquiteto.
Entre as propostas para a ocupação da área estão vários tipos de serviços, como centros médicos e restaurantes, ciclovias, centros esportivos - entre eles um hípico - e um kartódromo para a prática de esportes, hotéis e um centro de eventos, museus e espaços destinados a atividades culturais e educacionais, um centro ecumênico, um cemitério-parque e órgãos da administração pública. Nos negócios, as metas são, além do Parque Tecnológico, centros comerciais regionais, um shopping agropecuário, um distrito industrial não poluente, entre outros. Um centro de logística, um heliporto e a previsão de uma área para metrô também serão projetados.
IGOR SAVENHAGO