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Edifícios 24 horas avançam no mercado.

Edifícios 24 horas avançam no mercado                                                                     COM ESTRUTURA Empresa recém-instalada em edifício que funciona durante o dia e a noite: flexibilidade                           
Você ligou para...”, diz a voz metálica da secretária eletrônica, após às 18h, sinalizando que o expediente já foi encerrado. Para profissionais liberais, essa situação é rara, mas pode acontecer. Principalmente se o estabelecimento não tiver estrutura para funcionamento após o horário comercial (das 8h às 18h).
Os grandes edifícios comerciais de Ribeirão Preto, que começaram a avançar há oito anos, com o New Century, na avenida Presidente Vargas, possuem estrutura para funcionar 24 horas.
A segurança é o maior diferencial, uma vez que exige investimentos em equipamentos e pessoal especializado. O restante fica por conta da competência administrativa.
Alcione Reginaldo Leite, 27 anos, é porteiro do edifício Millennium, no bairro Jardim Irajá, há cinco anos. Assume o posto das 17h às 24h. Conhece praticamente todos os condôminos e afirma que a movimentação no horário é grande. “Muita gente aqui trabalha até mais tarde, sozinho ou atendendo clientes. “Para entrar ou sair, cada um tem seu controle remoto da garagem”, diz.
O Millennium é um dos edifícios de Ribeirão Preto estruturados para funcionar dia e noite. De acordo com a empresa administradora do condomínio, três funcionários e uma faxineira se dividem em três turnos. O prédio possui 40 salas. No térreo existem três lojas, estas sim, obedecem a tradição comercial da jornada de 8h às 18h.

Segurança
Os aspectos mais importantes observados pelo endodontista Marcelo Polimeno Alonso, antes de escolher o endereço de trabalho, foram o nível de segurança e a possibilidade de trabalhar até mais tarde. Optou por montar um consultório dentário em uma das 140 salas do edifício Fortes Guimarães, no bairro Higienópolis. “A estrutura é excelente. Tenho segurança para trabalhar à noite ou atender emergências, quando necessário”, conta.
O síndico do edifício, Ricardo Otaviano, é corretor de seguros. Orgulha-se do sistema de segurança do prédio, que conta com 48 câmeras que monitoram as áreas internas e externas. Oito funcionários e quatro seguranças se revezam em quatro turnos de seis horas cada. “Os profissionais que trabalham até mais tarde contam com os mesmos serviços daqueles que cumprem o horário comercial normal”, diz.
A advogada Regina Célia de Barros Mariani Buldo é proprietária de um escritório há três anos no edifício Center Plaza, que possui 108 salas comerciais no Centro. Escolheu o endereço pela localização, arquitetura e pela flexibilidade de horários. “Sempre que há necessidade, ficamos até mais tarde para atender, por exemplo, clientes de fora da cidade”, conta.
O gerente de administração do condomínio, Márcio Malfará, explica que as portas principais do prédio são fechadas às 18h, por medida de segurança. Porém, a entrada de clientes, pacientes ou visitantes é feita mediante agendamento ou autorização do condômino. “A estrutura funciona para todos, mesmo após as 18h”, diz.

Cliente pede por horários mais flexíveis
O empresário Cristian Mateus de Oliveira, diretor de uma empresa de cobrança e negociação de dívidas, mudou de escritório justamente para ter a liberdade de extrapolar horários. Desde o início do mês, ele ocupa uma sala no nono andar do edifício Padre Euclides, no Centro de Ribeirão Preto.
O prédio funciona 24 horas e atende as necessidades de médicos, advogados, dentistas, psicólogos e tantos outros profissionais que precisam da flexibilidade de horários. Cristian, que tem uma equipe de oito agentes de cobrança, estabeleceu dois turnos no novo escritório. Logo vai contratar mais oito profissionais para trabalhar à tarde e à noite.
“Visito clientes praticamente o dia todo. À noite, reservo para elaborar estratégias de cobrança e políticas de negociação. Tenho mais tranqüilidade. O telefone não toca. Além do mais conto com toda a estrutura do edifício, como segurança e estacionamento como no horário comercial tradicional”, conta.
O empresário decidiu pela estrutura de um prédio 24 horas quando identificou que 40% de seus clientes preferiam ser contatados após às 18h. Cristian se classifica no perfil dos profissionais que buscam alternativas para atender às regras que o mercado dita. “Na verdade, foram meus clientes que definiram isso. É uma tendência. E eu me adaptei”.

Alexandre Carolo

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