Construção menos pessimista.
A 25ª Sondagem Nacional da Indústria da Construção, realizada pelo SindusCon-SP e pela GVconsult, mostrou que as perspectivas dos empresários do setor sobre o desempenho de suas empresas em 2006 estão ligeiramente melhores (7%) do que há um ano.
Numa escala de 0 a 100, a pontuação média atribuída pelos entrevistados para essa perspectiva ficou em 46. Embora melhor que no fim do ano passado, o número ainda ficou abaixo do nível que denotaria expectativa de otimismo nos negócios, que é 50.
Em relação à expectativa de crescimento econômico, os empresários também diminuíram seu pessimismo em relação ao que responderam em agosto (33), mas mantiveram o ceticismo (38). Há um ano, eles estavam menos céticos (44). Também anteviram que em 2006 continuarão enfrentando dificuldades financeiras.
Sinduscon-SP
Para o presidente do SindusCon-SP, João Claudio Robusti, a cautela dos empresários em relação às expectativas é justificável, uma vez que o produto da construção em 2005 deverá crescer apenas 1% contra uma expectativa de 4,6% existente no início do ano.
“Para que a frustração do baixo crescimento não se repita em 2006, será necessário que governantes e estatais invistam como há muito não fazem, e que o declínio dos juros se acentue”, alerta Robusti.
O presidente do SindusCon-SP esteve em Ribeirão Preto na última segunda-feira, dia 12, na sede da regional norte da entidade, onde se reuniu com empresários do setor para traçar as perspectivas para setor em 2006, que se mostraram otimistas.
“Para 2006 estamos prevendo que a construção cresça 5,1%, se o PIB registrar aumento de 3,3%. Isso a crise política e a transição eleitoral não trouxerem maiores seqüelas para os investimentos”, diz João Cláudio Robusti.
Para o diretor regional do SindusCon, José Batista Ferreira, a presença do presidente agradou a todos que participaram da reunião. “Os empresários de Ribeirão Preto ficaram muito satisfeitos com consistente apresentação de Robusti”, analisa Batista.
Números
De acordo com o presidente do SindusCon-SP, o mercado imobiliário poderá contar com mais de R$ 6 bilhões em financiamentos de poupança, elevando as ofertas de imóveis novos e estimulando condições de empréstimos mais favoráveis para famílias de baixa renda. O FGTS também deverá liberar R$ 10 bilhões para a habitação e o saneamento. Em maio de 2006, mais R$ 1 bilhão deverá ser alocado para o FAR (Fundo de Arrendamento Residencial).
O FNHIS (Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social) começará com modestos R$ 110 milhões, mas poderá engordar ao longo do ano.
Avaliação das construtoras
A 25ª Sondagem Nacional da Indústria da Construção também avaliou o desempenho das construtoras. Pela pontuação obtida por elas, 38, nota-se que os empresários continuaram considerando o desempenho abaixo do que seria favorável (50).
De uma forma geral, os resultados da sondagem foram mais negativos no Estado de São Paulo. A percepção do desempenho das empresas caiu 2,8% em relação à pesquisa anterior.
A elevada carga tributária, a burocracia e a informalidade foram apontadas como altamente prejudiciais para o desempenho das empresas, mais do que a crise política.
Realizada em novembro, a pesquisa ouviu uma amostra qualificada de 260 empresários, de todos os portes e de todas as regiões do país.