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Distrito deverá gerar 1.500 empregos diretos.

Os investimentos nas obras de construção das empresas a serem instaladas no distrito industrial de Ribeirão Preto podem superar a casa dos R$ 150 milhões. Depois de implantadas, as 52 empresas que já compraram terrenos no local devem gerar aproximadamente 1.500 empregos.
Os cálculos incluem informações da Adderi (Associação de Desenvolvimento do Distrito Empresarial de Ribeirão Preto), em relação as 51 empresas ligadas à entidade, e da prefeitura, em relação à Cervejaria Ribeirão Preto, que comprou no mês passado uma área para construir sua fábrica.
De acordo com Paulo Sena, presidente da Adderi, as 51 empresas ligadas à associação devem gerar aproximadamente mil novos postos de trabalho diretos quando estiverem funcionando no distrito. São todas vagas novas, de acordo com ele, decorrentes da ampliação das atividades.
Sena calcula ainda que serão construídos cerca de 320 mil metros quadrados de galpões a um custo aproximado de R$ 300 o metro, totalizando um valor que supera a casa dos R$ 90 milhões. Nesse caso, não estão calculados os investimentos com equipamentos, o que pode fazer esse valor mais que dobrar.
Já a Cervejaria Ribeirão Preto deve investir, de acordo com a prefeitura, cerca de R$ 60 milhões em sua fábrica e gerar aproximadamente 500 empregos diretos.
Edson Santana, diretor de Desenvolvimento Econômico da Secretaria Municipal de Planejamento, tem um dado que aponta que o distrito industrial vai gerar cerca de 2.300 empregos diretos. Esse cálculo inclui as vagas já mantidas pelas empresas locais que vão se transferir para o distrito.
Paulo Sena diz que a cidade ainda não se atentou para os benefícios do distrito, inclusive nessa questão da geração de empregos.
“Existe uma idéia errada de que as empresas não gerariam empregos por serem daqui mesmo, mas isso não é verdade. Eu, por exemplo, poderia atender novos clientes e não tenho como atender porque não tenho como crescer onde estou instalado”, disse o empresário, que é dono da Megagraphics, da área de comunicação visual.
Cervejaria - A principal “âncora” do distrito industrial de Ribeirão Preto será a fábrica da Cervejaria Ribeirão Preto.
A indústria é do grupo empresarial do apresentador de TV Carlos Massa, conhecido como Ratinho. O grupo arrematou no mês passado um terreno de mais de 80 mil metros quadrados no distrito industrial com frente para a rodovia Anhangüera e para o Anel Viário.
O compromisso que a prefeitura assumiu com Ratinho é que o distrito será liberado para as empresas até o final deste ano para que as obras das fábricas possam ter início.
Assim, os demais empresários, que já brigam há dez anos com a administração pela conclusão do distrito, ganharam um “reforço” em sua luta.
“A vinda do Ratinho para cá ajuda, mas eu não gostaria de ficar atrelado ao Ratinho. Eu teria muito mais orgulho dos governantes de Ribeirão Preto se eles colocassem as empresas lá, o Ratinho visse e falasse: olha, que cidade boa, vamos para lá”, diz Paulo Sena.

Obra é promessa há quatro campanhas

A instalação do distrito industrial de Ribeirão Preto foi uma promessa feita pelos eleitos nas quatro últimas campanhas eleitorais da cidade.
Em 1992, Antônio Palocci Filho, então candidato do PT, prometeu instalar o distrito.
Eleito, desapropriou, em 1995, uma área próxima ao entroncamento da rodovia Anhangüera com o Anel Viário de Ribeirão Preto e fez o lançamento da primeira etapa do distrito.
Luiz Roberto Jábali, candidato do PSDB em 1996, também prometeu alavancar o distrito.
Eleito, Jábali cancelou a desapropriação da área por considerar o valor orçado alto demais (mais de R$ 20 o metro quadrado) e renegociou com o proprietário a desapropriação amigável por R$ 6 o metro quadrado. Jábali, então, retomou as obras no distrito.
Palocci voltou a ser candidato a prefeito em 2000 e voltou a prometer o distrito, que andava a passos muito lentos.
Eleito pela segunda vez, Palocci acelerou as obras e relançou o empreendimento, colocando à venda a segunda etapa do distrito. As obras, no entanto foram paralisadas por decisão judicial por não ter sido estudado o impacto ambiental do empreendimento.
Finalmente liberadas, as empresas selecionadas assinaram os contratos, mas o serviço voltou a andar em passos lentos por falta de dinheiro.
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