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A transformação das áreas urbanas.

Passemos da teoria à realidade. Quem consegue fazer isto – muitos jovens de hoje estão conseguindo, para nossa alegria – tem talento que nada mais é do que a transformação de uma idéia em fato.
A realidade é a única verdade.
A teoria propõe um Estado desenvolvimentista a partir do fato e da possibilidade de ele alavancar a expansão de um país ou de uma cidade. Domingo, dia 29 de julho, o caderno de Imóveis deste A Cidade trouxe matéria de Alexandre Carolo mostrando que “novo Fórum aquecerá o mercado” imobiliário.
Uma das causas do esvaziamento econômico do Centro de Ribeirão Preto foi a transferência do Fórum, antes localizado na esquina das ruas Duque de Caxias com Cerqueira César, para a denominada Cidade Judiciária, que abriga também o Ministério Público Estadual.
Esta obra – na época considerada arrojada e projetada para servir por décadas a população – já está pequena. Não consegue – por falta de espaço – abrigar cartórios, gabinetes além de não oferecer segurança adequada. Serviu para acelerar o desenvolvimento urbano de uma área do território de Ribeirão Preto que, de outra forma, somente agora estaria se incorporando ao verdadeiro patrimônio construído da cidade. Mas isto é pretérito.
Em décadas passadas – desde o início do século 20, para sermos precisos – obras públicas serviram para acelerar o desenvolvimento das cidades. A de Ribeirão Preto incluída. Avenidas e ruas que seguiam traçados de antigos caminhos foram instrumentos largamente utilizados, incorporando ao panorama urbano, áreas de difícil expansão.
Há quem entenda que o novo Fórum Trabalhista de Ribeirão Preto, a ser construído no Jardim Paratodos – bairro concebido para ser eminentemente popular – venha realmente valorizar os imóveis ali já existentes. Ele gerará procura de bens e serviços. O desenvolvimento vem exatamente do lado da oferta. Criada a procura, o empresário – a pessoa física também – cuida de satisfazê-la. É esta demanda, esta procura que se incumbirá de, não apenas alterar o valor de mercado das áreas localizadas nas proximidades do novo Fórum trabalhista, como também, em ondas, os menos próximos, embora com percentual menor.
O instrumento pode variar, mas a fórmula é conhecida e muito tratada nos compêndios de Economia, de Administração e mesmo das ciências urbanísticas. O mesmo fato será constatado caso a região da Baixada, terminadas as obras contra as enchentes, venha a apresentar o problema como solucionado. Quem atua no mercado – comprando ou vendendo imóveis – deve ficar antenado à ação de poderes públicos e do setor privado. Uma obra particular, que se constrói nas imediações da rotatória Amin Antônio Calil, impulsionará igualmente para cima o valor dos imóveis próximos.
Mas há as que desvalorizam. E disto trataremos numa outra oportunidade.



VICENTE GOLFETO

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