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A construção civil - "vôo de galinha ?"

Os empresários da construção civil de São Paulo estão convencidos de que as perspectivas otimistas para o setor em 2004 podem ir por água abaixo caso a condução da política econômica do país fique inalterada.

Para 2004, o Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo) prevê um crescimento de 4,5% no PIB (Produto Interno Bruto) da construção, em comparação a 2003.

Mas o vice-presidente de Economia do Sinduscon-SP, Eduardo Zaidan, tem dúvidas a respeito da sustentabilidade desse crescimento, apesar de confiar na aceleração da produção a partir do segundo semestre do ano que vem. "Se não tivermos nenhum solavanco, poderemos manter o crescimento até 2005."

Segundo ele, o gargalo da economia nacional "é um forte constrangimento externo. Precisamos reduzir a dependência e não temos controle sobre as condições que nos permitiriam fazê-lo".

O presidente do Sinduscon-SP, Artur Quaresma Filho, acrescenta que "até agora, a política econômica do governo foi necessária, mas se não for mudada para um modelo desenvolvimentista, vai afogar o Brasil numa crise social".

Segundo a economista da GV Consult, Maria Antonieta Del Tedesco Lins, o crescimento sustentado só poderá vingar com o prosseguimento das reformas, a regulação das parcerias público-privadas, a definição dos marcos regulatórios, a implementação da política industrial anunciada pelo governo e uma agenda microeconômica.

Muito pior

Em 2003, o macrossetor da construção civil foi o mais penalizado de toda a economia, que deve registrar um crescimento próximo de zero. Segundo o Sinduscon-SP, o PIB da construção terá uma queda de 8,5% em 2003, a maior já registrada desde 1998, quando a riqueza da construção civil caiu 15%.

O sindicato destacou que o consumo de cimento, um dos principais insumos da construção, caiu 11% até outubro e o vergalhão, 23%.

Quaresma Filho destaca que a queda na atividade resultou na alta do desemprego no setor: foram fechados 43.500 empregos entre os meses de outubro de 2002 e de 2003. A redução no contingente empregado pelo setor foi 3,49%. Somente as obras do Estado de São Paulo tiveram menos 9.000 vagas neste período.



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