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Verde e casas grandes.

Jardim Canadá foi feito com inspiração em comunidades no País da América do Norte e tem hoje 930 moradores.



ANGELA PEPE
O Jardim Canadá, bairro nobre da Zona Sul de Ribeirão, tem casas espaçosas, terrenos grandes (média de 700 metros quadrados) e arborizados e, como consequência, qualidade de vida diferenciada.

Os terrenos da região têm em média 700 metros quadrados. O bairro foi projetado com áreas verdes interligando um quarteirão a outro no fundo das casas.

De acordo com o engenheiro e morador Marcos Augusto Spinola de Castro, o bairro foi inspirado nos moldes habitacionais do Canadá, por isso a denominação. O loteamento é de 1970. Ruas do bairro levam nomes de cidades canadenses, como Vancouver, Quebec, Toronto e Ottawa.

O Jardim Canadá é o décimo oitavo bairro abordado pela série "Bairros de Ribeirão", idealizada pela Gazeta como homenagem aos 150 anos da cidade, comemorados no dia 19 de junho.

De acordo com José Anibal Laguna, diretor do Departamento de Urbanismo, o Jardim Canadá é um dos bairros mais avançados no quesito planejamento.

Segundo Laguna, o processo de urbanização do bairro foi acelerado com a construção do RibeirãoShopping. O diretor diz que o projeto inicial do loteamento destinava uma área para comércio, mas nunca foi construído qualquer estabelecimento no local.

A Asac (Associação Amigos do Canadá) defende a condição estritamente residencial do bairro. Uma parte do bairro, que fica entre a avenida José Adolfo Bianco Molina e a Carlos Consoni, tem a Asac como gestora. A outra é cuidada pela SAC 1A (Sociedade Amigos do Canadá).

Ambas trabalham em conjunto para a segurança com monitoramento por câmeras, vigias e guaritas. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o cálculo da população do último censo de 2000 é de cerca de 930 moradores. São cerca de 258 casas.

O proprietário do restaurante La Pyramide, João Roberto, conta que foi o primeiro morador e buscou a região porque considerava abundante em verde. Ele cultiva em casa as ervas que usa nos pratos de seu restaurante.

A empresária Rosa de Fátima Jacob se mudou de São Paulo para o Jardim Canadá há 16 anos atrás de sossego. "Vim porque queria que meus três filhos soubessem o que é brincar na rua, jogar bets, crescer com liberdade. Quando chegamos não tinha iluminação pública", diz.

Rosa conta que a família jantava e ia para a rua, na escuridão, para ver as estrelas. "A gente enxergava a Via Láctea", afirma.

PARTICIPE

A participação do leitor é fundamental para o sucesso de "Bairros de Ribeirão". Idéias, críticas, problemas, casos e histórias curiosas devem ser enviados para o e-mail abaixo ou para o telefone 2101-3012. redacao@gazetaderibeirao.com.br

PERSONAGENS

Jacob João Jacob, representante comercial. Conta que a primeira reunião dos moradores foi debaixo de uma das árvores que ele plantou, em frente à sua casa, há 16 anos.

Nadyr Baptista Racy, assistente social aposentada. "Todos são bem vindos à minha casa, são recebidos com pétalas de rosa e ensinamentos de Deus. Quem vem recebeu chamado".

Silvio Contart, arquiteto. Para ele uma das qualidades do bairro é o desenho original. "O espaço de área verde entre os terrenos é importante. Famílias e vizinhos podem se reunir".

Ademar Lacerda Ruiz, bancário aposentado, e a neta Sophia, 9. Ruiz diz que se sente tranqüilo em morar no Canadá e recebe as netas diariamente. "Tenho garantia de segurança".

Fazenda vira Nova Aliança

O Jardim Nova Aliança fica na Zona Sul e foi aprovado no ano de 2000.

Em 2004 houve uma expansão da área, para o outro lado da rodovia Antônio Duarte Nogueira, e surgiu o Jardim Nova Aliança Sul.

De acordo com informações do historiador José Antonio Lages, o local era uma fazenda com o nome dos bairros.

O Jardim Nova Aliança e Sul estão ao lado do Residencial Flora Florida, Condomínio Residencial Moema, Jardim Califórnia, Condomínio Estação Primavera, Vila Ana Maria e Jardim João Rossi.

A região, de acordo com o último censo, apresentou uma população de aproximadamente 11 mil habitantes em 3,3 mil domicílios.

O último censo do IBGE foi em 2000, por isso, não há registro de contagem de moradores do Nova Aliança Sul. (Gazeta de Ribeirão)

PERSONAGEM

Marcos Augusto Spinola de Castro, engenheiro. Conta que ele, ao lado dos primeiros moradores da rua Hudson, plantou cerca de 200 árvores. "Essas grevíleas fazem sombra para o corredor de cooper nos finais de semana".

Oração atrai visitantes

O grupo de oração Nossa Senhora da Rosa Mística completa 20 anos de reuniões no bairro e atrai pessoas até das cidades vizinhas.

A anfitriã dos encontros é a assistente social aposentada Nadyr Baptista Racy, que recebe cerca de cem pessoas todas as semanas em sua casa para rezar.

"Fui visitar uma tia em Juiz de Fora (MG) e na catedral de lá estava exposta uma santa que tinha chorado sangue. Recebi uma rosa e, depois de um tempo, soube que aquela era a Nossa Senhora da Rosa Mística", declara.

Nadyr conta que, a partir de então, começaram a fazer reuniões em sua casa com um grupo de quatro amigos, em 1986, quando ela passava por um momento de transição e dificuldades.

"Um dia decidimos pensar em um nome, mas nada nos veio à cabeça. Quando uma das amigas foi embora, arrancou uma flor da roseira branca. A rosa tinha pétalas nas cores de Nossa Senhora da Rosa Mística, amarelo, vermelho e branco. Por isso, passamos a chamar o grupo com o nome da santa", diz.

A aposentada conta ainda que um padre lhe presenteou com uma imagem italiana da Nossa Senhora e, a partir disso, ela fez um espaço no fundo de casa, como uma capela, onde se reúnem as pessoas do grupo.

"Aqui vem gente muito preparada para falar da bíblia, para dar palestras. Nosso objetivo com os encontros é evangelizar, catequisar, reunir os filhos de Deus. Sinto que a Nossa Senhora da Rosa Mística foi uma missão, um chamado e uma oportunidade que recebi", afirma. (Gazeta de Ribeirão).

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