Habitação deve receber R$ 18,7 bilhões em 2006, diz ministro.
O ministro das Cidades, Márcio Fortes de Almeida, disse que a meta do governo é direcionar R$ 18,7 bilhões para a habitação em 2006. O montante representará um acréscimo de R$ 5 bilhões (36,5%) em relação aos recursos direcionados em 2005 para o financiamento da casa própria.
Dos R$ 13,7 bilhões direcionados em 2005 para a habitação, R$ 9,2 bilhões saíram dos fundos públicos e programas sociais operados pela Caixa Econômica Federal, como o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e o PAR (Programa de Arrendamento Residencial).
Os R$ 4,5 bilhões restantes vieram dos financiamentos habitacionais concedidos pelos bancos privados por meio do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo).
Para 2006, o orçamento público para a habitação chegará a R$ 12 bilhões. E o setor privado deverá contribuir com mais R$ 6,7 bilhões.
Do orçamento público para a habitação, que deve ser operado pela Caixa, R$ 10,3 bilhões já estão previstos no orçamento deste ano. "Trabalhamos, inicialmente, com um orçamento de R$ 10,3 bilhões para a habitação. Mas se o ministro [das Cidades] diz que o orçamento chegará a R$ 12 bilhões, deveremos chegar a esse valor", disse o vice-presidente de Desenvolvimento Urbano da Caixa, Jorge Hereda.
Sobrou dinheiro
O presidente da Caixa, Jorge Mattoso, comemorou o resultado de 2005, que foi o maior já alcançado nos últimos dez anos. No entanto, os R$ 9,2 bilhões aplicados pela Caixa ficaram abaixo do orçamento inicialmente previsto em 2005, que era de R$ 10 bilhões. E para conseguir alcançar os R$ 9,2 bilhões, a Caixa precisou se esforçar muito: ampliou o limite de financiamento de imóveis usados, recorreu aos feirões e reduziu a burocracia para aprovação do crédito.
"É muito positivo que tenhamos mais recursos que demanda. Isso obriga os bancos a buscar maior competitividade e eficiência. Não é como no passado, quando os recursos se esgotavam no meio do ano e era preciso recorrer a outros meios para garantir a oferta de crédito o ano todo", afirmou Mattoso.
Além disso, Hereda afirmou que o "orçamento é muito dinâmico". "Alguns programas só foram regulamentados no meio do ano. Outros, como os financiamentos com recursos do FAT [Fundo de Amparo ao Trabalhador] perderam competitividade", disse ele.
Para 2006, a Caixa manterá a estratégia dos feirões da casa própria, que ajudaram a instituição a elevar o índice de execução do orçamento habitacional. Os financiamentos com recursos da caderneta de poupança, em execução desde o final de 2005, devem repercutir positivamente nos números da instituição somente a partir deste ano.
O banco também promete manter um diálogo com o setor da construção civil para melhorar o perfil dos programas de financiamento.
FABIANA FUTEMA